- 8 novembro 2016
Uma terapia que tem o potencial de proteger bebês no útero de mulheres infectadas pelo vírus Zika está em desenvolvimento por cientistas americanos.
Até agora, o tratamento foi testado apenas em ratos de laboratório, conforme revelou a revista científica Nature.
No entanto, os cientistas afirmam que a técnica pode eventualmente levar a uma terapia disponível para mulheres grávidas que venham a contrair o vírus Zika, causador de microcefalia em recém-nascidos.
A terapia utiliza anticorpos de células sanguíneas de indivíduos que já combateram o Zika.
Nos ratos de laboratório, o tratamento diminuiu de forma substancial a quantidade de vírus em circulação no sangue materno.
Consequentemente, a placenta foi menos afetada e os ratinhos nasceram muito maiores do que os filhotes das mães que não haviam recebido o tratamento.
Os pesquisadores ressaltaram que ainda serão necessários anos de testes para se ter certeza de que o tratamento será seguro e efetivo para ser implementado em mulheres grávidas.
No meio tempo, cientistas também concentram esforços para o desenvolvimento de uma vacina que poderia evitar que o vírus se prolifere.
"Até se nós tivermos um dia uma vacina contra o Zika, ainda assim algumas pessoas serão infectadas," afirmou a professora Laura Rodrigues, da London School of Hygiene and Tropical Medicine.
"Para essas pessoas, um tratamento como esse, com a utilização de anticorpos, seria útil", explicou a especialista.
O Zika no Brasil
Surtos do vírus Zika foram registrados no continente americano e, mais recentemente, no Sudeste Asiático.
No Brasil, o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde registrou 200.465 casos prováveis de febre pelo vírus Zika entre janeiro e setembro de 2016, tendo sido confirmados 109.596 casos.
Os Estados de Mato Grosso, Rio de Janeiro e Bahia foram aqueles com maior incidência de infecções pelo vírus.
Entre gestantes, o número de casos prováveis registrados no Brasil foi de 16.473, sendo 9.507 confirmados.
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