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sábado, 18 de maio de 2013


O que é bullying?
   
Bullying: como detectar se seu filho é uma vítima

Perguntei a um menino de 12 anos se ele sabia o que era bullying e ele respondeu:
“Claro que sim. É maltratar os que não são iguais. Quando você não pertence a um grupo, eles incomodam e humilham. Se você é diferente dos outros, te tratam mal”.

As crianças sabem perfeitamente o que significa o bullying, mesmo que não saibam lidar com a situação sozinhas.

Como adultos, temos a responsabilidade de ajudar todos os envolvidos, tanto assediadores como vítimas.

O bullying ou assédio escolar é um comportamento que se caracteriza basicamente por maltratar, humilhar e agredir física ou psicologicamente um colega, assim como ridicularizá-lo, ignorá-lo, assustá-lo ou isolá-lo sistematicamente. 

A principal característica dessa conduta é que costuma se prolongar no tempo e é dirigida a uma única pessoa (menino ou menina) com o único objetivo de prejudicá-la.

Esta situação gera um conflito muito sério, que não só afeta a criança assediada como o ambiente escolar. 

Eis alguns exemplos de bullying ou assédio escolar:

Atribuir apelidos ofensivos, falar mal de um colega, deixá-lo de fora de todos os grupos, escrever pichações contra ele, não lhe dirigir a palavra, hostilizá-lo, ameaçá-lo, empurrá-lo, agarrá-lo, quebrar seus pertences ou obrigá-lo a fazer uma coisa contra a sua vontade.

Há muitos outros exemplos que dependem de cada situação em particular. As seguintes perguntas e respostas ajudarão você a entender melhor as características desse comportamento.

Por que algumas crianças são vítimas do assédio escolar?
Em muitos casos, as crianças são vítimas do assédio escolar por ter características físicas diferentes dos demais. Poder ser mais altas, mais baixas, mais magras ou mais gordas, loiras ou morenas, que usam aparelho nos dentes ou óculos. Qualquer condição ou característica que destoe pode gerar o assédio.

Em outros casos, no entanto, o assédio gira em torno da personalidade da vítima. Ela pode ser tímida ou extrovertida demais, embora a fragilidade seja uma das características das crianças assediadas. O assediador percebe que ela não pode se defender, e por isso, as agressões são constantes.

A criança assediada passa a se distanciar do restante do grupo e mostra dificuldade para estabelecer vínculos e fazer amigos. Além disso, tem grande dificuldade para se integrar e para pedir ajuda.

Em outros espaços sociais, esse comportamento passivo pode gerar a atitude oposta, fazendo com que a vítima se torne o assediador e moleste outras crianças mais frágeis.

Qual são as características de uma criança que hostiliza outras?
- Em geral, tem dificuldade de reconhecer um erro.
- Não consegue se colocar no lugar do outro com facilidade.
- Não consegue se desculpar e reparar um comportamento considerado inadequado.
- É rebelde e inquieta, tem dificuldade para se adaptar às normas de convivência.
- Não aceita limites com facilidade.
- Tem reações impulsivas.
- É autoritária e agressiva.
- Costuma ter mau comportamento escolar.
- Incomoda e desvaloriza seus colegas de classe.

Quando os pais detectam algumas dessas características e são chamados a comparecer à escola, é importante conversar e revisar as regras de comportamento e os limites dentro de casa, para poder mudar a situação que a criança vive na escola e ajudá-la a reparar seu erro ou ação. Não se deve minimizar seu comportamento, nem desculpá-lo.

Razões que levam ao assédio
Uma criança normalmente assedia os colegas como uma forma de se sentir importante e reconhecida. Em geral, sente prazer quando descobre que o colega hostilizado não pode evitar ou se defender dos maus-tratos.

Também se comporta dessa maneira por ciúme e rancor, para chamar a atenção, porque foi assediada anteriormente e não reagiu, ou para exercer seu papel de dominadora e se sentir poderosa, normalmente fruto de uma vulnerabilidade encoberta (sente-se diminuída em relação aos outros e o assédio é uma forma de ocultar esse sentimento).

Quando ocorre uma situação de assédio entre colegas de classe, o professor cometeu algum erro: ele não pode perder as crianças de vista. É muito importante continuar alerta e pensar no que fazer quando descobrir que uma criança está sendo assediada. É importante intervir sempre.

Conselhos importantes
Entre as crianças podem existir discussões, zombarias e provocações, mas quando acontecem de forma constante e sistemática sobre uma criança em particular, a diversão se transforma em agressão.

Nenhuma criança merece ser molestada, manipulada ou hostilizada por outra.

O bullying ou assédio é cometido tanto por meninos como por meninas e não deve ser encarado como algo natural.

Quando se detecta um comportamento desse tipo, é importante assumir o controle, já que pode se tornar uma situação de risco.

O assédio produz danos psicológicos difíceis de superar, e a vítima precisa de muito apoio para que não fique com sequelas.

Como detectar se uma criança está sofrendo assédio?
Como em toda situação traumática, a primeira coisa que observamos são mudanças significativas no comportamento habitual da criança. Entre elas:

- Não quer ir à escola.
- Pouca concentração e fraco desempenho escolar, e em alguns casos, repetência.
- Mostra-se temerosa e insegura.
- Fica triste, isola-se, demonstra raiva e aborrecimento 
- Mostra-se irritável
- Tem dores de barriga e de cabeça.
- Tem dificuldade para dormir (pesadelos e medos).
- Apresenta retraimento e falta de comunicação com a família.
- Reclama constantemente.
- Não quer sair ou realizar atividades que antes apreciava.
- É agressiva com os irmãos.
- Afasta-se dos amigos.
- Faz xixi na cama.
- Começa a apresentar distúrbios alimentares.

Como prevenir o assédio escolar?
Como toda situação indesejável, o bullying pode ser evitado dentro da própria escola, capacitando professores para a detecção precoce desse tipo de situação.

Pode-se prevenir o assédio com as seguintes medidas:
- Trabalhar com as crianças para favorecer a resolução de problemas por meio do diálogo e da participação de todos.
- Respeitar as diferenças e não encará-las como deficiências.
- Gerar situações de cooperação e solidariedade com projetos concretos. 
- Falar sobre o assédio, sem ignorá-lo.
- Capacitar todos os membros da comunidade escolar para possam detectar o assédio.
- Criar um código de convivência com regras claras. 
- Incentivar a participação dos pais nessas ações.

Se os pais perceberem que seu filho é vítima de assédio ou se ele os procura, é importante pedir ajuda à escola para que proteja a criança, escutando-a e respeitando como deseja solucionar a situação, sem exposição. Acima de tudo, é preciso manter a calma.

Lic. Alejandra Libenson
Psicóloga e Psicopedagoga
Especialista em Educação, Criança e Infância
Autora do livro “Criando hijos, Creando personas”
www.criandohijoscreandopersonas.wordpress.com

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