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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Violência contra mulheres é epidemia, diz Organização Mundial da Saúde

Órgão afirma que 1/3 das mulheres de todo mundo já sofreram violência física e sexual - a maioria delas, cometida pelo parceiro. São Paulo fará levantamento inédito para revelar o perfil deste agressor

por Mariana Sanches

A OMS afirma que 1/3 das mulheres de todo mundo já sofreram violência física e sexual (Foto: Shutterstock)
A OMS AFIRMA QUE 1/3 DAS MULHERES
DE TODO MUNDO JÁ SOFRERAM
VIOLÊNCIA FÍSICA E SEXUAL
(FOTO: SHUTTERSTOCK)
O dado é alarmante, mas, infelizmente, não surpreende. Um relatório da Organização Mundial da Saúde divulgado nesta quinta-feira (20) concluiu que um terço das mulheres de todo o mundo são ou já foram vítimas de violência física ou sexual. É uma epidemia. De acordo com o relatório, 38% dos assassinatos de mulheres foram cometidos por seus parceiros.
Se estivéssemos falando de uma epidemia de gripe ou de outro tipo de crime, como o seqüestro relâmpago, seguramente veríamos esforços localizados e concretos para combatê-los. Não é o que acontece com crimes contra a mulher. Os casos se somam e sua característica eminentemente doméstica faz com que as ocorrências sejam quase invisíveis para as autoridades. Mas eles estão lá, cada dia mais. Em São Paulo, os casos de estupro só aumentam desde 2010. Atingiram a marca de 37 por dia, no estado, em 2013.
Nos últimos anos, os secretários de segurança pública deram (quando deram) respostas e explicações frágeis para o problema. Recentemente, o procurador do estado de São Paulo Fernando Grella e a chefe da polícia civil do Rio, Marta Rocha, defenderam a tese de que as mulheres estão agora mais desinibidas para denunciar, o que explicaria o aumento de notificações. Mas os números não refletiriam um aumento real de violência. Alegaram ainda que, com a mudança de uma lei em 2009, o que costumava ser tratado como “atentado ao pudor”, hoje é chamado de estupro. E por isso, aumentaram os casos. As duas explicações são muito convenientes para os governos: os eximem de qualquer responsabilidade ou possibilidade de interferência no assunto.
Finalmente, no entanto, surge da iniciativa pública um jeito novo de entender o assunto. O governo estadual de São Paulo vai fazer, nas próximas semanas, um levantamento sobre quem comete esses crimes. Querem estabelecer um perfil do estuprador e, a partir das descobertas, formular uma cartilha que ajude as mulheres a escaparem deles. É a primeira pesquisa do tipo no país. Parece interessante, desde que as dicas de segurança fujam das recomendações machistas que costumam culpar as vítimas pelo crime - tais como não usar roupas curtas e provocantes.
Se for bem feito, é possível que o estudo chegue a conclusões semelhantes a dois outros feitos nos Estados Unidos, em 2002 e em 2009. O primeiro (comandado por um pesquisador da Universidade de Massachussets e outro da Brown) ouviu 1882 estudantes universitários, etnicamente diversificados, e com média de idade de 26 anos. Os pesquisadores perguntaram se os entrevistados já haviam feito sexo oral, vaginal ou anal com alguém à força, usando violência, ou se aproveitando da impossibilidade de a pessoa se defender. Dos 1882 pesquisados, 120 admitiram ter estuprado ou tentado estuprar alguém, 6% da amostra. Deles, 44 afirmou ter feito apenas uma vez.
Os outros 76 homens, confessaram, juntos, um total de 439 crimes – uma média de quase 6 estupros por homem. Dos 120 estupradores, 30% admitiram ter usado a força. Os demais se aproveitaram de vítimas embriagadas ou drogadas. Os mesmos 120 estupradores relataram ser autores de atos de violência contra mulheres e crianças em quantidade muito mais alta do que os homens que disseram nunca ter cometido um estupro.
Em 2009, uma outra pesquisa feita por estudiosos da Northern Illinois University ouviu 1.146 homens recém-alistados na Marinha Americana. Neste caso, os pesquisadores encontraram uma proporção maior de criminosos: 144 (13% da amostra) admitiram ter cometido ou tentado cometer um estupro. Desses, 71% tentou ou estuprou mais de uma vez – uma média de mais de 6 estupros por homem. E, de acordo com a pesquisa, apenas 7% dos ataques foram feitos contra mulheres estranhas. Logo, em mais de 90% dos casos a vítima conhecia seu agressor.
Confira, abaixo, uma galeria de fotos com mulheres que já foram vítimas de violência.
Clique na imagem e veja uma galeria de fotos com mulheres que já sofreram algum tipo de violência (Foto: Reprodução)
LIQUE NA IMAGEM E VEJA UMA GALERIA DE FOTOS COM MULHERES
QUE JÁ SOFRERAM ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA (FOTO: REPRODUÇÃO)
http://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2013/06/violencia-contra-mulheres-e-epidemia-diz-organizacao-mundial-da-saude.html

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