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domingo, 30 de junho de 2013

Campinas planeja censo para apurar demanda de pessoas com deficiência

Nova secretaria pretende fazer levantamento até o fim deste ano.
Resultado da pesquisa servirá para pautar novas políticas públicas.

Bernardo Medeiros
Do G1 Campinas e Região

Calçadas esburacadas também prejudicam mobilidade  (Foto: Jonathan Lins/G1)Calçadas esburacadas também prejudicammobilidade (Foto: Jonathan Lins / G1)
A recém-criada Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de Campinas(SP) planeja a realização de um censo, ainda este ano, para saber a quantidade de deficientes e a demanda desta população para definir novas políticas públicas.

Atualmente, a única estatística disponível é a do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Censo em 2010 apontou que 15% da população tem alguma deficiência e outros 9% mobilidade reduzida.

“Onde estão estas pessoas? Qual o tipo de deficiência elas possuem? Estas são algumas das questões que precisamos levantar. É um número bem significativo, mas em espaços públicos, privados, não observamos esta parcela da população”, diz a secretária Emmanuelle Alckmin.

Parcerias
A secretaria recebeu duas propostas para análise de como o levantamento poderá ser feito e busca parcerias da iniciativa privada para viabilizar o projeto. A ideia é executar a pesquisa a partir de outubro. Após os resultados, os dados serão cruzados com outras secretarias, como a de Educação e Saúde.

“Infelizmente o binômio pobreza e deficiência existe. Há uma maior incidência em regiões mais pobres e este Censo nos dará a noção exata de onde cada um está. Investimentos em acessibilidade, por exemplo, devem ser direcionados mais para estas áreas”, completa Emmanuelle.

'Direcionar a política'
"É fundamental direcionar a política para regiões. São muitas as áreas que precisam de investimento, como lazer e esporte”, opina Edivaldo Bueno de Oliveira, professor em mobilidade da Pró-Visão, entidade que cuida de deficientes visuais. “Pessoas com deficiência física leve, moderada, não são enquadradas em leis, como a do passe do transporte, de trabalho. Se o Censo apontar um número grande destas pessoas, poderá haver mudanças” completa Kelly Cardoso Augusto, fonoaudióloga e coordenadora da Associação de Pais e Amigos de Surdos de Campinas (Apascamp)

A partir de 2014, a secretaria terá uma fatia do orçamento municipal. A intenção de Emmanuelle, contudo, é que haja um comprometimento em outras áreas da Prefeitura. “É importante haver uma secretaria, que possamos desenvolver projetos, mas não podemos segmentar. Teremos muito diálogo com outras pastas, que já possuem projetos para deficientes. O que iremos é delinear melhor isso”, finaliza.

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