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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Lista tem 10 sites com desenhos para colorir e pintar online



Livros de colorir fazem sucesso entre os adultos (Foto: Reprodução/YouTube)
Livros de colorir Jardim Secreto e Floresta Encantada 
fazem sucesso entre os adultos (Foto: Reprodução/YouTube)
27/04/2015
por JULIANA PIXININE
Para o TechTudo

Atualmente, dois livros têm feito muito sucesso em todo o mundo. Não se trata de ficção científica ou um novo romance, mas sim dois livros de colorir: Jardim Secreto e Floresta Encantada. Na onda dos títulos que fizeram ressurgir o passatempo na vida adulta, listamos 10 sites para colorir online.
1) Online Coloring
Online Coloring está disponível somente em inglês, mas é super intuitivo e não apresenta dificuldades mesmo para quem não fala a língua. São diversas opções de desenhos, desde temas como Páscoa e Halloween, até atividades de férias e a chegada da cegonha.
2) Super Coloring
Super Coloring também está disponível somente em inglês, mas isso não atrapalha a usabilidade. São inúmeras opções de desenhos para colorir, inclusive 68 espécies diferentes de dinossauros.
3) The Color
The Color possui desenhos das mais diversas categorias, inclusive de pinturas mundialmente conhecidas, como quadros de Andy Warhol. O site está disponível somente em inglês, mas é super intuitivo e fácil de usar.
Hello Kids tem uma página de colorir voltada para adultos (Foto: Reprodução/Hello Kids) (Foto: Hello Kids tem uma página de colorir voltada para adultos (Foto: Reprodução/Hello Kids))
Hello Kids tem uma página de colorir 'escondida'
voltada para adultos com desenhos
(Foto: Reprodução/Hello Kids)
4) Hello Kids
Apesar do nome, Hello Kids está disponível em português e possui uma categoria de desenhos voltada para adultos. A pasta inclui mandalas e tribais que lembram as imagens do Jardim Secreto.
5) Coloring 4all
O site Coloring 4all está disponível em inglês e possui diversas categorias de desenhos para colorir. Entre as opções, têm animais, carros e personagens famosos como o Pernalonga e o Super Mario.
6) Desenhos Colorir
Em Desenhos Colorir, plataforma disponível totalmente em português, você pode escolher entre diversas categorias para colorir os desenhos. Além de animais e datas especiais, você também pode colorir dias da semana e partes do corpo, por exemplo.
7) The Kidz Page
O site The Kidz Page possui diversos desenhos para colorir. Ainda, você pode optar por montar sua boneca ou personagem e, então, colori-lo. A plataforma está disponível apenas em inglês, mas isso não atrapalha a usabilidade.
8) Desenhos de Colorir
O site Desenhos de Colorir está totalmente disponível em português. Ele possui diversas opções de desenhos para colorir, desde animais e esportes, até pessoas famosas, como o cantor Justin Bieber.
9) Coloring
O site Coloring também está disponível somente em inglês, o que, nesse caso, pode atrapalhar um pouco a usabilidade, já que no início as categorias estão apenas escritas, sem ilustração. São diversas opções de desenhos, desde temáticos como Natal e Dia dos Namorados, até animais e o Planeta Terra.
10) 4 Coloring
Escolha seu personagem de desenho favorito e ele certamente estará disponível para colorir online no site 4 Coloring. A plataforma possui diversas opções de desenhos e filmes infantis, como os Smurfs, Super Mario e as mais diversas princesas da Disney.

Após sofrer violência sexual, estudante universitária cria campanha de denúncia virtual

Reprodução
Reprodução
Relato de agressão sofrida pela estudante ganhou repercussão nas redes sociais, levando outras vítimas a fazer o mesmo

REDAÇÃO EM 29 DE ABRIL DE 2015 

Campanha pede que as vítimas não sejam responsabilizadas pelos ataques sofridos

Como reagir a um episódio de abuso sexual onde você é vítima? Em Londres, a jovem estudante Ione Wells, de 20 anos, resolveu lançar uma campanha virtual para pedir apoio para quem já passou por esse tipo de situação.

Assim, a estudante de Oxford, Ione Wells, publicou uma carta aberta ao seu agressor no jornal universitário de Cherwell, relatando a experiência. Com a repercussão nas redes sociais, o relato chegou às páginas dos ornais britânicos "The Times of London" e "Telegraph".

No dia 11 de abril, quando voltava para casa, tarde da noite, Ione foi seguida pelo agressor, que a puxou pelo cabelo, bateu a sua cabeça contra o asfalto em uma rua próxima à sua casa. O homem chegou a rasgar o seu sutiã, antes de vizinhos e familiares da jovem interromperem a agressão, após ouvirem os seus gritos de socorro.

O agressor da universitária, um jovem de 17 anos, foi detido e será levado a julgamento em 6 de maio. Desde a publicação da carta, o site do jornal de Cherwell vem encorajando vítimas a compartilharem as suas experiências "como forma de estabelecer um intenso senso de comunidade para se sobrepor à caracterização incorreta de vítimas". Em sua conta no Twitter, Wells agradeceu pela repercussão da iniciativa, batizada com a hashtag #notguilty ("não culpada").

Veja como denunciar a violência doméstica

No Brasil há um número específico para receber esse tipo de denúncia,180, a Central de Atendimento à Mulher. O serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano e a ligação é gratuita. Há atendentes capacitados em questões de gênero, políticas públicas para as mulheres, nas orientações sobre o enfrentamento à violência e, principalmente, na forma de receber a denúncia e acolher as mulheres.

O Conselho Nacional de Justiça do Brasil recomenda ainda que as mulheres que sofram algum tipo de violência procurem uma delegacia, de preferência as Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM), também chamadas de Delegacias da Mulher. Há também os serviços que funcionam em hospitais e universidades e que oferecem atendimento médico, assistência psicossocial e orientação jurídica.

A mulher que sofreu violência pode ainda procurar ajuda nas Defensorias Públicas e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, nos Conselhos Estaduais dos Direitos das Mulheres e nos centros de referência de atendimento a mulheres.

Se for registrar a ocorrência na delegacia, é importante contar tudo em detalhes e levar testemunhas, se houver, ou indicar o nome e endereço delas. Se a mulher achar que a sua vida ou a de seus familiares (filhos, pais etc.) está em risco, ela pode também procurar ajuda em serviços que mantêm casas-abrigo, que são moradias em local secreto onde a mulher e os filhos podem ficar afastados do agressor.

Relacionamento abusivo deixa traumas e pode levar a agressões físicas

Ciúme excessivo, controle, comportamento agressivo são algumas características.

28/04/2015
 
Constantemente são noticiados casos de “crimes passionais”, cometidos por paixão, motivados por uma ideia simples e perversa: “Você é meu, e você tem que ser assim e agir assim”. Essa experiência é presente no dia-a-dia de quem vive um relacionamento abusivo.

Ciúme excessivo, controle, comportamento agressivo, desvalorização do que o outro é ou do que faz, desrespeito às pessoas e manipulação, são alguns dos comportamentos presentes em uma relação abusiva. Ela fere a liberdade do outro ou impede que essa pessoa tenha liberdade.

Segundo a psicóloga Milene Martins, esse tipo de experiência pode deixar algumas sequelas. “A vítima tem medo de se relacionar novamente, começa a se perguntar o motivo de ter escolhido uma pessoa com aquelas características e como não percebeu isso antes. As duas pessoas da relação podem sofrer, mas o abusador pode não sofrer tanto, pois usa muito da racionalização”, explica.

Segundo ela, o abusador tem dificuldade em se dar conta de seus problemas, e acaba projetando no outro, colocando responsabilidades no outro, e não assumindo pra si. Argumentos do tipo “você me causa isso”, “você desperta esse comportamento em mim”, faz com que alguns parceiros assumam essa culpa, seja por ser passivo, ou muito dependente do outro.

Relações abusivas podem durar anos. Situações onde o abusado se coloca como submisso, alegando não ter forças suficientes para ir contra o comportamento do parceiro, seja por uma questão emocional ou justificando por questões mais racionais, como a situação financeira, são muito comuns.

Vítima de um relacionamento abusivo, Maria Clara conta que tinha o comportamento controlado. “Meu parceiro queria controlar com quem eu deveria andar, como deveria me comportar, e me colocou em situações que me expuseram ao ridículo”, relata.

Stacy Lemos, militante do movimento Batuque Feminista, conta que também já passou por um relacionamento abusivo, que tentava controlar seu comportamento e chegou ao ponto de agredir. “Ele tentava controlar meu comportamento, usava argumentos do tipo ‘você não pode fazer tal coisa, pois meus amigos vão ver e vai ficar vergonhoso pra mim’, sendo que ele poderia fazer aquilo, mas eu não”, conta.

A militante conta que conhece várias companheiras que passaram por uma série de relacionamentos abusivos, situações com consequências psicológicas e físicas, onde algumas precisaram de acompanhamento médico devido aos traumas sofridos e ao medo de novos relacionamentos.

“É preciso coragem. Primeiramente deve haver amor próprio. Eu sei que é complicado, mas não devemos aceitar essas relações abusivas, pois é nesse aceitar que essas relações vão se perpetuando. Relacionamento abusivo não é algo normal”, finaliza Stacy.

A maioria das vítimas de relacionamentos abusivos são mulheres. Segundo o Mapa da Violência de 2012, os feminicídios geralmente acontecem na esfera doméstica. Verificou-se que em 68,8% dos atendimentos a mulheres vítimas de violência, a agressão aconteceu na residência da vítima.

Pergunte a si mesmo(a) se você está em um relacionamento abusivo.

A Universidade de Virginia elaborou um questionário que ajuda a identificar se você está em um relacionamento abusivo. É necessário que não se procure justificar o comportamento do parceiro(a), e responda apenas sim ou não.

Seu/sua parceiro(a):

•  Faz você passar vergonha na frente dos seus amigos ou família?

•  Desincentiva suas realizações e objetivos?

•  Faz você se sentir incapaz de tomar decisões?

•  Usa intimidação ou faz ameaças para conseguir as coisas?

•  O(a) trata rudemente – puxa, empurra, belisca ou bate?

•  Liga várias vezes ou aparece para se certificar de que você está onde disse que estaria?

•  Usa drogas ou álcool como desculpa para dizer coisas que magoam?

•  O(a) culpa por como ele(a) se sente ou age?

•  O(a) pressiona sexualmente a fazer coisas para as quais você não está pronto(a)?

•  O(a) proíbe de fazer coisas das quais você gosta, como passar um tempo com amigos ou família?

Se você responder “sim” para muitas das questões, você provavelmente está em um relacionamento controlador e abusivo.

Fonte: Marcos Cunha
Edição: Nayara Felizardo

Anteprojeto sobre sequestro internacional de crianças deve sair em maio

30/04/2015

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e outras instituições estão prestes a concluir proposta de anteprojeto de lei que trata da regulamentação da atuação das autoridades brasileiras em casos de sequestro internacional de crianças. As discussões ocorrem na esfera da Comissão Permanente sobre Subtração Internacional de Crianças, coordenada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). O anteprojeto deve ser encaminhado em maio à Casa Civil da Presidência da República, responsável pelo seu envio ao Congresso Nacional.

O sequestro internacional de uma criança se dá quando ela é retirada do país onde vive sem o consentimento de um dos genitores. Ele também ocorre quando a criança é retida em um país sem o consentimento do outro genitor, após um período de férias, por exemplo. Neste caso, o sequestro fica caracterizado mesmo que o pai ou a mãe tenha autorizado a viagem do filho.

Segundo o conselheiro do CNJ Saulo Casali Bahia, que participou de reunião da comissão permanente na segunda-feira (27/4), essa regulamentação busca cumprir diretrizes da Convenção da Haia de 1980 e da Convenção Interamericana sobre a Restituição Internacional de Menores de 1989. Ambas têm o Brasil entre os países signatários.

“Há uma lacuna legislativa que precisa ser colmatada (preenchida), a fim de que os operadores jurídicos tenham um instrumento adequado para a solução dos conflitos que surgem quando ocorre o sequestro internacional de crianças”, disse o conselheiro.

Ele se refere à necessidade de se regulamentar, por exemplo, o papel da Autoridade Central Administrativa Federal (ACAF), órgão vinculado à SDH/PR e que é responsável por prestar cooperação internacional nos casos de sequestro; os requisitos formais e materiais do pedido de restituição da criança; o papel da Defensoria Pública da União, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, da Advocacia-Geral da União e da Justiça Federal.

Estão também entre os alvos da regulamentação as estratégias de mediação e conciliação para a solução de conflitos do tipo, as audiências judiciais, as visitas e os procedimentos para a devolução da criança. “Tudo isso é objeto do anteprojeto de lei, em função das especificidades que devem existir em razão dos termos das convenções às quais se obrigou o Brasil”, destacou o conselheiro Saulo Casali Bahia.

Além do CNJ, a Comissão Permanente sobre Subtração Internacional de Crianças tem a participação dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores, da Advocacia-Geral da União, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, da Defensoria Pública da União, do Departamento de Polícia Federal, da Rede Internacional de Juízes da Conferência da Haia de Direito Internacional Privado e da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal.

Casos – Segundo a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, é expressivo o volume de pedidos de cooperação jurídica internacional enviados e recebidos pelo Brasil: de dezembro de 2013 a junho de 2014, por exemplo, eles aumentaram de 195 para 243 (24,61%). Nesse período, o número de crianças relacionadas a esses pedidos aumentou de 239 para 304 (+27,19%).

Outra informação da SDH é que, dos 243 requerimentos de cooperação em tramitação no mês de junho do ano passado, 79% se referiam à entrada irregular de crianças no Brasil. A SDH/PR interpreta o expressivo número de pedidos apresentados por países estrangeiros como um dos efeitos da crise econômica internacional, que tem obrigado brasileiros a retornar ao Brasil, acompanhados de seus filhos. Na maioria dos casos, o retorno acontece sem o cumprimento das formalidades necessárias. Já em relação ao baixo índice de pedidos relacionados a crianças retiradas do Brasil, de 21%, a SDH/PR aponta como causa um maior rigor nos procedimentos exigidos para a saída de menores brasileiros do território nacional.

Jorge Vasconcellos
Agência CNJ de Notícias

Magistrados aprendem a reconhecer perigo de vida em violência doméstica

23/04/2015

Uma denúncia de violência contra uma mulher grávida ou que tenha tido filho recentemente indicaria a necessidade de aplicação de medida protetiva de urgência? E se o companheiro possuir arma de fogo em casa ou já tentou agredir essa mulher? Para distinguir com mais precisão o grau de perigo que as vítimas correm, juízes do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) participaram de um workshop prático, em que conheceram a técnica utilizada pela polícia americana para avaliação de risco e percepção de letalidade da agressão.

A capacitação de magistrados em violência de gênero está em sintonia com a Recomendação n. 9/2007, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que incentiva os Tribunais de Justiça a adotar medidas para implementar políticas públicas que garantam os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésticas e familiares. A Resolução n. 128/2011 também estimula o treinamento de magistrados para atuar em casos de mulheres em situação de violência doméstica e familiar. O treinamento em São Paulo ocorreu no final de março e contou com cerca de 50 profissionais representantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Segurança Pública, do serviço público de saúde, da assistência psicossocial e da sociedade civil que atuam diretamente no acolhimento, proteção, investigação e julgamento de casos de violência doméstica e familiar contra as mulheres.

Segundo os especialistas convidados, agentes públicos que atendem uma mulher em situação de violência devem estar alertas para elementos que indicam sinal de perigo iminente. A gravidez ou o período pós-parto é um exemplo, já que essa condição aumenta a vulnerabilidade da mulher em relação ao companheiro. Outro sinal de alerta é se o agressor possui arma em casa ou já tentou sufocar a vítima.

“Muitas vezes juízes e policiais que têm contato com a vítima subestimam o risco que ela corre. É preciso ler com mais objetividade as situações que nos aparecem. Ainda somos muito amadores nesse campo. Conseguir detectar esses sinais pode ser a salvação de muitas mulheres”, avalia a juíza da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJSP, Teresa Cristina Cabral.

Letalidade – Não há dados consolidados que indiquem o número de mulheres, no Brasil, que chegaram a denunciar seus companheiros por agressão ou ameaça antes de serem assassinadas. Porém, segundo o juiz do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJRO) e membro do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica e Familiar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Álvaro Kalix, o número não é pequeno. “São vários os casos noticiados pela mídia em que a vítima registrou boletim de ocorrência antes da agressão fatal. Por isso, mais do que nunca, é preciso que todo o sistema de Justiça esteja especializado, capacitado em reconhecer os sinais de perigo e saber encaminhar as medidas protetivas de urgência a favor da vítima ou a prisão do agressor”, afirma Kalix.

De acordo com os especialistas, o ciúme é um dos elementos que deve inspirar cuidado, assim como impedimentos impostos pelo companheiro quanto à mulher estudar ou trabalhar ou, ainda, cortar o contato com a família, amigos ou vizinhos. Também são sinais de perigo o companheiro ter histórico de agressões anteriores, incluindo agressão a animais domésticos.

Para a conselheira Ana Maria Amarante, coordenadora do Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ, o combate à violência doméstica e familiar deve ser encarado com seriedade por todo o sistema de Justiça e serviços afins. “Gestores públicos precisam encarar com seriedade a busca pelas soluções que promovam celeridade e efetividade na Justiça. A violência cometida contra mães, filhas e senhoras destrói famílias e tem um impacto sobre a sociedade como um todo”, diz a conselheira do CNJ.

Maria da Penha – Considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das três melhores leis de proteção à vida da mulher, a Lei n. 11.340/2006 proibiu a aplicação de penas pecuniárias aos agressores e possibilitou a concessão de medidas protetivas de urgência às vítimas de agressão, normalmente cometida por seu cônjuge ou companheiro. Segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), desde a criação da Lei Maria da Penha, o número de homicídios contra mulheres dentro de suas próprias casas reduziu em aproximadamente 10%.

Para receber proteção, a mulher vítima de violência deve procurar a delegacia mais próxima para registrar ocorrência. Se possível, recorrer assim que for possível a uma Defensoria Pública ou Ministério Público do Fórum mais perto da sua casa. As denúncias também podem ser feitas à Polícia Militar pelo telefone 190 ou à Central de Atendimento à Mulher, no telefone 180.

Regina Bandeira
Agência CNJ de Notícias

Paquistão condena 10 homens à prisão perpétua por ataque a Malala


A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, que sobreviveu a um ataque do Taliban e é ativista pela educação de meninas, discursa após receber o prêmio Nobel da Paz (Foto: Cornelius Poppe, NTB Scanpix/AP)

Ativista paquistanesa foi atingida na cabeça enquanto voltava da escola em 2012

REDAÇÃO ÉPOCA
30/04/2015

Um tribunal antiterrorista paquistanês condenou 10 homens à prisão perpétua por envolvimento no ataque a Malala Yusafzai, em 2012, enquanto ela lutava pelo direito das meninas à educação. A ativista paquistanesa, na época com 15 anos, levou um tiro na cabeça dentro do ônibus escolar. O ataque chocou o mundo e ela virou um símbolo contra o extremismo e a favor do direito à educação. Ano passado, Malala ganhou o Nobel da Paz.

De acordo com a BBC, os 10 homens – que não inclui o suspeito apontado como o principal autor dos disparos –, pertencem ao Taleban paquistanês. Identificado como Ataullah Khan, de 23 anos, o suspeito está foragido junto com o líder Mulá Fazlullah que, segundo as investigações, ordenou o ataque. A polícia acredita que eles escaparam através da fronteira para o Afeganistão.

Em outubro de 2012, homens armados invadiram o veículo onde Malala estava voltando pra casa, no noroeste do Paquistão. Após identificá-la, atiraram à queima-roupa contra a cabeça da adolescente. Ela sobreviveu. Manteve-se inconsciente e em estado grave. Em coma, foi levada para um hospital em Birmingham, na Grã-Bretanha, onde se recuperou.

O pai de cada filho

Um diálogo sobre o que faz um indivíduo ser único em suas experiências

ISABEL CLEMENTE
26/04/2015  

"Então eu fiz com ele exatamente como ele fazia comigo. Disse assim: pai, imagina uma nuvem azul e respira fundo..."

"Ele fazia isso com você!?"

"Para eu relaxar...sim."

"De noite, na hora de dormir? Ele te botava para dormir!?"

"Sim, botava sim..."

"Sempre?"

"Ih, fez muito!"

"Sério, mesmo, papai te botava para dormir e te ajudava a relaxar!? Eu não sabia disso..."
"Principalmente quando eu estava com bronquite, aí ele dizia que a nuvem azul percorria todo o meu corpo até entrar pelo nariz e deixar meu pulmão todo azul."

"Que bonitinho..."

"É, era bonitinho sim."

O espanto era meu em conversa recente com minha irmã mais velha, a Sílvia, que tinha 14 anos quando eu nasci (ela vai me matar por ter contado isso). Entre nós duas, ainda vieram mais dois filhos. Sou portanto a quarta, a caçula ou a "raspa do tacho", expressão que só fui entender na íntegra aos dez anos quando cheguei na roça e vi o doce de leite sendo feito num tacho de barro.

Saber que papai a fazia dormir me deixou surpresa, nem com raiva nem com ciúme. Apenas surpresa porque eu não sabia que ele tinha tempo para isso. Incorporei esse dado novo ao perfil dele na minha cabeça e tratei de passar uma informação que ela também não tinha.

"Bem, o meu pai trazia um copão de água gelada na cama quando eu tinha sede", disse, como quem conta uma grande novidade.

"Copão?"

"Sim, de requeijão, todo suado por fora de tão gelada que a água estava. E eu tinha sede toda noite."

"Não sabia disso não."

Ele fez isso, durante muito tempo, inclusive um tempo quando ela já não estava mais com a gente por ter casado e saído de casa, e eu ainda era suficientemente criança para pedir muitos copos d´água à noite. A mamãe, em compensação, me botava para dormir, contava histórias e parava sempre quando a Chapeuzinho ia pela estrada afora..."

"Dormia?"

"Dormia. Quando acordava para contar o lobo mau já estava com a vovó na barriga ou era o caçador já resolvendo o problema..."

O pai da minha irmã tinha 25 anos quando ela nasceu. Morava de aluguel. Foi estudar Economia. Ela era filha única.

O meu pai era funcionário da Petrobras, com casa própria e duas linhas de telefone. Eu era a caçula de quatro.

O pai do meu irmão não deu bronca nele quando veio a primeira nota zero, mas chamou-o para refazer todo o exercício e mostrar que ele sabia.

O pai da minha outra irmã também a botava para dormir. Como terceira na linha filial, no entanto, ela acha que ele já não tinha tanta paciência com os pesadelos.

O pai do meu irmão botava a camisa dele suada para secar na frente do ar condicionado enquanto ele relaxava do futebol. Esse pai parece com o meu. Os dois têm mania de gelado. Até hoje.

O pai da minha irmã mais velha deu patins para ela e a estimulava a subir no trepa-trepa.

O meu pai andava de bicicleta comigo aos domingos e, coincidentemente, também queria que eu enfrentasse meus medos, os de fora em forma de manifestações da natureza (cavalos, cachorros, ondas) e os de dentro. "Você pode, Bebel". E eu ia lá e fazia, cheia de medo.

"Ele sempre pensava em algo que fosse ter algum retorno de aprendizado quando a gente era pequeno", me diz a irmã mais velha.

Toda vez que meus irmãos dizem "a gente" eles se referem a eles mesmos porque quando nasci eles acham que não eram mais tão pequenos assim.

O meu pai adorava arrumar o sótão, e aquele lugar da casa era tão inacessível que hoje eu sei o quanto de aprendizado também cabia naquela concessão que ele fazia ao me convidar para subir a escada rumo ao telhado. Ainda mais quando meus irmãos não estavam nem um pouco interessados naquilo. Eu era filha única da aventura no sótão.

As pessoas são assim, diferentes ao longo da vida. Não se pode esperar que um indivíduo seja o mesmo o tempo todo. O rigor típico da educação do primeiro filho cede espaço para algum relaxamento, ou preguiça, ou uma nova compreensão da vida depois. Vai saber. Irmãos lidam com os mesmos pais em versões alteradas pela química do tempo.

Como primeiros ou últimos da fila, teremos vantagens e desvantagens por ser quem somos. E, de qualquer forma, ainda que numa hipótese absurda, os pais fossem as mesmíssimas pessoas ao longo de toda uma vida, um filho não é igual ao outro e, tal qual elementos de tabela periódica, produzem efeitos inesperados a depender da combinação.

Nós seis - pai, mãe e quatro filhos - juntos éramos muito diferentes de apenas três no final, quando eu sobrei na casa dos pais. Cada vez que um daqueles elementos saiu para inaugurar um outro núcleo familiar com sua química irreproduzível, a minha química também foi sendo modificada por aquela ausência de disputas por lugares no sofá, pelo canal da televisão, pelo direito de falar no telefone por muito tempo, pelo silêncio maior.

O pai da nuvem azul e o pai do copo gelado são versões diferentes de um indivíduo, um pai forjado por amor, intempéries, decisões e combinações tão variadas que só poderia ser uma pessoa única para cada um de seus filhos.

Mulher é condenada a 20 anos de prisão por morte de feto

01/04/2015 -  por Redação Marie Claire

Purvi Patel se tornou a primeira mulher na história americana a ser condenada. Ativistas dos direitos das mulheres, no entanto, afirmam que o veredicto é contraditório

MULHER É CONDENADA A 20 ANOS POR ABORTAR FETO E ABANDONÁ-LO NO LIXO (Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER)
MULHER É CONDENADA A 20 ANOS POR
ABORTAR FETO E ABANDONÁ-LO NO LIXO
(FOTO: REPRODUÇÃO/TWITTER)
A Justiça dos Estados Unidos condenou a 20 anos de prisão uma mulher acusada de feticídio e abandono de incapaz após ela ter supostamente usado remédios para interromper a gravidez. A decisão é a primeira do gênero na história do país, informou o jornal "The Guardian".

Segundo a investigação, Purvi Patel, de 33 anos, foi internada no hospital St. Joseph, no estado de Indiana, com sangramentos na vagina. A princípio, ela negou que teria dado à luz, mas posteriormente informou à equipe médica que o parto foi em casa e que deixou o feto em uma lixeira.

Em sua defesa, Patel afirmou ter tentado reanimar o filho que nasceu já sem vida, mas não pediu socorro por estar em estado de choque. A mulher escondeu a gravidez da família por conta da religião de seu pai, um hindu que defende o celibato até o casamento.

Kathrine Jack, uma advogada que acompanhou o processo, disse ao jornal "The Guardian" que o veredicto envia uma mensagem às mulheres grávidas em Indiana que, se elas sofrerem um aborto espontâneo, ou em alguns casos, provocarem um, podem ser criminalmente investigadas e condenadas por para feticídio. "Temo que as grávidas de Indiana tenham medo de ir ao médico", afirmou.

O cerne do caso estava em saber se o bebê de Patel estava respirando ou não no momento do nascimento. Uma testemunha médica de defesa supostamente teria dito que, em cerca de 24 semanas, o feto não estava desenvolvido completamente, e não poderia ter sobrevivido fora do útero. Já um patologista forense determinou que o bebê estava vivo ao nascer.

O veredicto é contraditório, segundo o jornal, pois abandono de incapaz exige que a criança esteja viva para ser considerado crime, enquanto o feticídio determina que o feto deve ter sido morto dentro do útero para ser classificado como homicídio. No entanto, Patel foi condenada por ambas acusações.

De acordo com a lei americana, nenhuma das acusações exige prisão em caso de condenação, mas a pena máxima para abandono de incapaz é de 50 anos, com adicional de até 20 anos por feticídio.

O caso é visto por ativistas dos direitos das mulheres como parte de uma estranha  criminalização das grávidas. Em 2011, também em Indiana, uma mulher chamada Bei Bei Shuai foi acusada de feticídio após uma tentativa de suicídio ter culminado na morte de seu futuro filho.

Quando foi promulgada pela primeira vez, a lei tinha como objetivo condenar atos violentos provocados por terceiros, como namorados agressivos. Nunca houve a intenção de criminalizar e estigmatizar o aborto ou gravidez.

Paulistana pede e empresa muda sistema para evitar assédio por aplicativo de táxi

19/03/2015 -  por Redação Marie Claire

Ana Clara Leite, de 22 anos, diz ter lido e ouvido relatos de outras mulheres que receberam mensagens invasivas após usar ferramenta para chamar táxi. Empresa promete implementar mudança que aumenta segurança em três meses. "Espero que sirva de exemplo para que outras empresas", diz ela
  
Foi depois de ouvir e ler relatos de outras mulheres que foram assediadas após usarem aplicativos para chamar táxis, que Ana Clara Leite, de 22 anos, analista de sustentabilidade em uma empresa de tecnologia, resolveu criar uma abaixo-assinado pedindo que a Easy Taxi, dona do aplicativo que usa com maior frequência, implementasse mudanças para dar mais segurança às usuárias.

“Já sofri assédio em táxis, mas não relacionado a aplicativos. Infelizmente quase toda mulher está sujeita a isso na rua. Mas ouvi relatos de algumas meninas que tinham sido assediadas por mensagem depois de usar o aplicativo. Como cliente de uma empresa, acho inadmissível”, conta Ana Clara.

Ela disse já ter ouvido cantadas de motoristas e ter abandonado uma corrida após o condutor a constranger “contando histórias sobre sua vida sexual”. Com os aplicativos, ela diz, que utilizam dados como endereço e telefone dos clientes, algumas mulheres passaram a receber mensagens invasivas.

Na semana passada, Ana Clara criou uma petição no site Change.org pedindo mudanças para assegurar mais segurança às mulheres que usam os apps. “Estes casos não são a maioria - boa parte dos taxistas são profissionais. No entanto, como usuária da Easy Taxi e pensando no risco que as mulheres vivem, criei este abaixo-assinado para pedir à empresa que adote medidas em seu aplicativo para minimizar esta ameaça”, escreveu.

Em menos de uma semana, a campanha recebeu mais de 27 mil assinaturas, com algumas jovens compartilhando suas histórias de assédio após usarem aplicativos. A empresa, segundo Ana Clara, também entrou em contato rapidamente. “Um dos fundadores da empresa me respondeu em menos de 24 horas, mas era uma resposta genérica. Ele falou sobre medidas que estavam trabalhando, mas nada muito concreto. Atualizei a petição, pedindo que dessem uma solução mais completa, com prazo.”

NOVA FERRAMENTA
Na terça (17), o presidente da empresa, Dennis Wang, entrou em contato com a jovem para falar sobre as medidas que serão implementadas. A mudança consiste num sistema VOIP que permite a comunicação entre taxista e passageira sem que os números de telefone fiquem visíveis. A ferramenta estará automaticamente disponível para todos os usuários em até três meses, segundo a empresa.

Enquanto a mudança não é adotada, foi disponibilizado um e-mail para que os clientes peçam que seu número de celular seja retirado do aplicativo –seguindo a sugestão de Ana Clara. Para isso, o usuário deve mandar uma mensagem para telefone@easytaxi.com.br pedindo a retirada de seu número.

À Marie Claire, a empresa informou ainda que os taxistas são treinados para seguir a política de conduta do aplicativo e, caso não respeitem as normas ou recebam avaliações negativas dos passageiros, podem ser suspensos temporariamente ou em definitivo do uso do aplicativo. 

“Em casos de denúncia por email (contato@easytaxi.com.br) ou telefone (11 4003 2498), o taxista é suspenso imediatamente. Em seguida, o caso é investigado – assim reduzindo o risco de reincidência. Caso o taxista seja isento de culpa, ele é desbloqueado.  Mais de 15% dos taxistas cadastrados na ferramenta já foram/estão suspensos, garantindo, assim, um melhor serviço para os passageiros”, diz a nota.

Surpresa com a repercussão do abaixo-assinado, Ana Clara comemorou o resultado em mensagem postada nesta quarta. “Esta vitória é um grande passo para dar mais segurança às mulheres, mas ainda há outros passos a serem vencidos, como combater o assédio durante a corrida de táxi e em outros momentos no dia-a-dia que afetam a todas nós. Espero que sirva de exemplo para que outras empresas de táxi adotem medidas para prevenir a violência e o assédio contra mulheres e punir quem faz isso.”

Organizações de 39 países debatem ações contra o assédio sexual nas ruas

8/04/2015 -

por Amauri Arrais

Pesquisa divulgada pelo grupo Think Olga revelou que 81% das mulheres deixou de frequentar locais por medo de assédio (Foto: Thinkstock)
PESQUISA DIVULGADA PELO GRUPO THINK OLGA 
REVELOU QUE 81% DAS MULHERES DEIXOU DE 
FREQUENTAR LOCAIS POR MEDO DE ASSÉDIO 
(FOTO: THINKSTOCK)

Liderado pela ONG americana Stop Harassment, evento focou discussões em leis que criminalizem a violência sexual em espaços públicos. No mês passado, o Peru se tornou o primeiro país da América Latina a aprovar lei com este fim

Cantadas na rua, comentários libidinosos, constrangimento, tocar partes do corpo sem consentimento, se masturbar em público. Durante esta semana, organizações de 39 países discutiram medidas para coibir este tipo de atitude na Semana Internacional de Combate ao Assédio nas Ruas, que se encerra neste sábado, dia 18.

Em foco, estão leis e campanhas de esclarecimento que combatam um tipo de violência sexual quase invisível de tão naturalizada.  “Este tipo de violência em geral é pouco denunciada por muitas razões, que vão desde o medo de não ser levada a sério até a vergonha e a crença de que [a vítima] pode ter provocado o comportamento”, diz Holly Kearl, fundadora da Stop Street Harassment, ONG americana responsável pelo evento.

O Brasil participa pela primeira vez da mobilização com ações promovidas pela campanha Chega de Fiu Fiu, do "think tank" Think Olga. Em 2013, o grupo publicou uma pesquisa com 7.762 mulheres que revelou que 99% disseram já ter sofrido algum tipo de assédio, enquanto 81% informaram ter deixado de frequentar algum lugar por medo das cantadas.

Os dados serviram de base para o documentário “Chega de Fiu Fiu”, em fase de produção, que abordará o assédio nas ruas de diversas cidades brasileiras. A pesquisa também serviu de mote para que o senador e ex-jogador Romário reapresentasse um projeto de lei (nº 64/2015) que transforma em crime o ato de "constranger alguém mediante contato físico com fim libidinoso" em transportes públicos, com penas que vão de detenção de três meses a um ano e multa.


A inspiração para o filme, totalmente bancado por doações a um site de financiamento colaborativo, veio do belga "Femme de la Rue", que mostra uma moradora de Bruxelas relatando o assédio que sofria no bairro onde morava. “Ela influenciou toda a agenda pública do país e conseguiu que o governo passasse a aplicar uma multa [de 50 a 1000 euros] nos agressores, quando denunciados”, disse à época do lançamento da campanha uma das diretoras do doc, Amanda Kamanchek.

AMÉRICA LATINA
No mês passado, o Peru se tornou o primeiro país da América Latina a aprovar uma lei para punir quem cometer assédio sexual em locais públicos, com penas que vão de 3 a 12 anos de prisão.

Coordenadora de articulação internacional da ONG Ocac (Observatorio Contra el Acoso Callejero), no Chile, a brasileira Alice Junqueira acredita que a falta de informação e de denúncia dos casos ainda é uma das barreiras para que o problema seja discutido em muitos países.

“No mês passado, junto com outras entidades, demos entrada em um projeto de lei para sancionar esse tipo de crime, com texto voltado não para acriminalização, mas também a proteção às vítimas e prevenção”, disse.

A ativista, que se mudou para o Chile no ano passado, disse ter sentido na pele o assédio nas vias públicas de Santiago: “Em termos de dinâmica, infelizmente, é igual em qualquer país. No Chile, assim como no Brasil, vemos o legado do patriarcado, a objetificação das mulheres e naturalização das desigualdades de gênero, ou seja, uma percepção estabelecida no tempo de que o masculino tem mais poder frente ao feminino.”  

Ela destaca, no entanto, um número cada vez maior de países que procuram a entidade buscando orientação para formar novos núcleos -o que fez a Ocac estabelecer braços no Uruguai, Colômbia e Nicarágua.

FALTA DE DADOS
Para Holly Kearl, a falta de dados seguros é um dos entraves para dar maior visibilidade ao problema ao redor do mundo. “É difícil comparar a situação dos países porque normalmente não se coleta da mesma maneira. O que sabemos é que em locais onde há uma maior segregação entre os sexos e onde as mulheres têm menos direitos, o problema é mais sério.”

A boa notícia, segundo a americana, é que as mesmas tecnologias e redes sociais que tornaram o assédio mais evidente –com o rápido compartilhamento de vídeos em grupos virtuais, por exemplo- também têm servido para organizar as ações e reunir os que trabalham para acabar com esta violência sexual.

Revista Marie Claire