Ser feliz é só uma das opções. É a sua?
Leo Jaime
problemas existem para serem solucionados
Uma amiga vem me contar que não sabe mais que conselho dar às amigas. Ela é uma mulher jovem, independente, que paga as próprias contas e é feliz com a vida e os amores que conquistou. Por isso lhe pedem conselhos. E também porque aceita as amigas e seus problemas, sem julgamentos. É compreensível sua angústia por não saber como ajudar.
Algumas amigas casadas, diz ela, ficam lendo revista no banheiro tarde da noite ou fazendo qualquer outra coisa até que o marido pegue no sono ou desista do sexo. Estas que fogem do próprio marido, como quem foge de um credor, são também as que ficam vigiando, claro, muito inseguras, qualquer olho comprido do marido para outro rabo de saia. Elas não querem sexo, mas também não querem que ele pule a cerca. E também não querem que os maridos deixem de as procurar! Em suma: querem dar toco. Querem ser desejadas e não corresponder. Não é uma opção feliz.
Outras solteiras acham dificílimo encontrar um homem interessante. Segundo a mesma amiga, a razão é simples: elas não aceitam um defeito sequer. Ou o cara é carinhoso ou é frio, ou quer sexo demais ou de menos, ou é o sapato que ela não curte, ou é careca, ou barrigudo, ou então o cara é maravilhoso, mas a ex-mulher, ou a mãe, ou a profissão é um saco. Enfim, estão sempre procurando defeito e, com isso, perpetuando a solidão. Indago se a razão seria o fato de não acharem que ninguém é suficientemente bom para elas por terem uma autoestima exagerada. Minha amiga diz que não. Que o motivo deste critério ultra exigente é o medo de sofrer. O medo de apostar em alguma coisa que não seja a ideal, que não dê certo adiante. Ou seja: querem a perfeição e com garantia de 50 anos sem conflitos. E trocam o possível problema no futuro por uma solidão angustiante no presente. Sim, porque poderiam simplesmente gostar da vida solitária. Mas, não, estão sempre em busca e reclamando que nada dá certo. Estas são as que acham que a vida lhes deve um tapete vermelho.
E há uma outra categoria. As que vivem em relacionamentos que fazem mal. As que escolhem as piores possibilidades e, óbvio, expulsam de suas vidas alguém que lhes faça bem. Querem drama e não sossego. Querem prazer e não felicidade. Sofrem porque querem e fazem sofrer os que não percebem com quem se meteram. Viciadas em adrenalina. Querem ser personagens de um dramalhão ou de uma tragédias e não se importam muito se serão vítimas ou vilãs. Por outro lado existe esta minha amiga que percebe todas estas possibilidades, vividas por gente de quem ela gosta. Uma amiga de verdade. Existem estas escolhas, e cada um faz a sua.
O importante é ter o diagnóstico correto das atitudes e escolhas que determinam a vida que se vai levar. E compreender que a felicidade não é tão popular assim. Você deseja ser feliz? Luta por isto? Escolhe, a cada momento e em cada questão que a vida lhe apresenta, a opção mais tranquila e saudável? Difícil dizer, não é?
Tristeza não é depressão. Felicidade não é prazer. Problemas existem para serem solucionados e em alguns casos pode não haver solução. E isto é uma solução. Escolhas. Do que você gosta? O que lhe faz bem? Ah, parece que estou falando de mulheres, mas tudo o que foi dito aqui pode muito bem, com algumas adaptações, servir para homens também.
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