Cidade indenizará britânica maltratada pela mãe na infância
Collette Elliot diz ter desenvolvido uma grave depressão em função de abusos sofridos na infância |
A prefeitura da cidade britânica de Birmingham concordou em indenizar uma mulher de 35 anos porque, durante sua infância, os serviços sociais locais falharam em protegê-la da mãe, que lhe submetia a maus tratos.
Segundo advogados de Collette Elliot, vizinhos, profissionais de saúde e professores em diversas ocasiões levaram às autoridades suas preocupações sobre ferimentos encontrados no corpo da menina, longos períodos de ausência às salas de aula e o fato de ela ser vista na companhia de figuras estranhas.
Elliot chegou a ser levada para um orfanato e a passar um período com uma família adotiva, mas, apesar das denúncias de abusos, funcionários do serviço social municipal decidiram devolver a sua guarda para a mãe - com quem ela ficou até os 18 anos.
A menina teria chegado a viver nas ruas com a mãe, que em algumas ocasiões teria se esquecido de alimentá-la.
"Certa vez ela me deixou sozinha a noite inteira. Acabei caindo da janela e passei três semanas no hospital", disse Elliot.
Como consequência, os advogados da britânica (do escritório Irwin Mitchell) dizem que ela desenvolveu uma grave depressão na vida adulta. Elliot já tentou o suicídio 12 vezes e não consegue manter um emprego.
Hoje, ela tem quatro filhos e vive em Erdington. "Embora o acordo (sobre a indenização) seja um passo importante, só vou me sentir reparada quando ouvir um pedido de desculpas da prefeitura por não ter conseguido me proteger", diz Elliot.
O valor exato da indenização não foi divulgado, mas trata-se de uma quantia de cinco dígitos. Seu objetivo seria cobrir custos com tratamentos psicológicos, compensá-la por seu sofrimento e por suas perdas financeiras.
Por meio de um porta-voz, autoridades da prefeitura disseram não admitir que as decisões do serviço social local foram equivocadas, apesar de "compreenderem" os "sentimentos" de Elliot.
"Esse é um caso difícil e estamos solidários com os sentimentos dessa pessoa", disse o porta-voz. "Nesse caso, a prefeitura não aceita que tomou decisões erradas. No entanto, o caso foi resolvido com base em aconselhamento jurídico."
"As decisões dos agentes de serviço social são muito difíceis quando eles devem opinar sobre se uma criança deve ou não ser removida dos cuidados de seus pais."
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