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segunda-feira, 22 de abril de 2013


'Estou livre, mas presa', diz mãe que aguarda para trazer filho do Uruguai


Menino de 4 anos foi levado de Guaporé pelo pai italiano sem autorização.

'Não vejo a hora de voltar à vida normal', disse a mãe ao G1.


Roberta Salinet
Da RBS TV

menino; sequestrado; criança; guaporé; uruguai; montevidéu; uruguai (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)
Mãe e filho aproveitaram o domingo de sol
para um passeio em Montevidéu, enquanto
aguardam audiência (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)
Desde que conseguiu rever o filho de quatro anos e o abraçou em uma casa de passagem para menores na Cidade Velha, em Montevidéu, no Uruguai, a gaúcha Alessandra Spiller conta as horas para retornar ao Brasil. A mãe viajou às pressas depois que o pai da criança, um italiano, sequestrou o menino em Guaporé, na Serra do Rio Grande do Sul, e o levou ao país vizinho. Ele foi preso na noite do dia 15 de abril, em ação que envolveu a Polícia Federal e a Interpol.
 Desde então, Alessandra aguarda autorização para retornar com o filho ao Brasil. Uma audiência na capital uruguaia, que ainda não tem data definida, selará o destino da criança. Com poucas roupas e pagando as despesas do bolso, a mãe aproveita todos os momentos para ficar ao lado do filho. A equipe da RBS TV foi até o Uruguai para contar como a brasileira está vivendo os últimos dias e mostrou detalhes da operação que prendeu o pai do menino, como mostra a reportagem do Teledomingo (veja o vídeo).
Neste domingo, Alessandra saiu pela primeira vez com o filho no Uruguai. Até então eles permaneciam no hotel e faziam as refeições em um restaurante próximo. Os documentos de ambos estão retidos pela justiça uruguaia, onde o processo para a devolução da criança para a mãe está tramitando.
Montevidéu é uma cidade com mais de 1,3 milhão de habitantes, de arquitetura clássica, às margens do Rio da Prata. O domingo de sol revelou belas passagens, como a avenida 18 de julho, a Praça Independência, "La Rampla" e a avenida que costeia o Rio da Prata. Mas Alessandra não consegue aproveitar o passeio como gostaria.
"Eu nunca imaginei estar em Montevidéu dessa maneira, é estranho porque não posso me sentir uma turista. Estou livre, mas estou presa. Não vejo a hora de voltar à vida normal, levar meu filho de volta para a escola, fazer uma festa em casa, com a família", disse a mãe ao G1.
Aos quatro anos, o menino é falante, adora carrinhos e os personagens do filme "Toy History" e "Ben 10". Em Montevidéu já ganhou presentes. O cônsul-geral do Brasil, Carlos Alberto Simas Magalhães, lhe deu um avião.
menino; sequestrado; criança; guaporé; uruguai; montevidéu; uruguai (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)
Menino ganhou um avião de brinquedo do
Cônsul Geral do Brasil (Foto: Roberta Salinet/RBS TV)


"O consulado está acompanhando o caso de perto. Estamos apoiando a mãe no que for preciso. Agora precisamos respeitar os trâmites da Justiça uruguaia. No sistema consular existem mecanismos e acordos internacionais que regem essas situações e, nesses casos, se respeitam a Convenção de Haia e a Lei Uruguaia. O juiz deve entender o que é o melhor para a criança", disse o cônsul.
O ex-marido chegou a ir embora para a Itália duas vezes. Mas em dezembro passado voltou e retomou as visitas, permitidas pela Justiça desde que o passaporte dele ficasse retido no Conselho Tutelar. A mãe cumpriu o que o juiz determinou, mas garante que já pressentia que alguma coisa poderia acontecer.
No ultimo fim de semana, quando o filho não foi devolvido no horário combinado, Alessandra foi ao hotel onde o pai da criança morava. Foi quando descobriu que ele havia fugido. "O quarto estava vazio", contou a mulher.
A partir daí as autoridades brasileiras foram acionadas. Um alerta vermelho foi disparado pela Interpol. O carro alugado que o pai dirigia foi rastreado, assim como os cartões de crédito, o que foi determinante para definir a rota de fuga do pai.
O menino foi sequestrado pelo pai italiano no dia 13 de abril, em Guaporé, e trazido para o Uruguai. Em Montevidéu, os dois ficaram hospedados em um hotel onde, na última segunda-feira (15), foram localizados pela Interpol, a polícia internacional.
Na quarta-feira (17), Alessandra obteve uma permissão provisória para ficar com o filho enquanto aguarda a decisão judicial. Uma audiência será marcada nos próximos dias, mas o feriado nacional desta segunda-feira (22) deve atrasar a decisão. "Não penso em outra coisa, isso tudo foi um pesadelo, e agora ainda tenho que esperar. Tenho recebido apoio do Consulado, mas não é fácil", afirmou.
O pai do menino segue preso no Cárcere Central em Montevidéu. A polícia não permitiu a gravação de uma entrevista no local. O italiano está sendo defendido por um advogado de ofício da defensoria, que não falou com a imprensa.
Alessandra e o ex-marido se conheceram na Itália. Com a crise europeia, em fevereiro do ano passado, o casal decidiu voltar a viver no Brasil. Os dois se separaram pouco depois e, desde então, o pai do garoto vinha ameaçando levá-lo. Também fazia outras ameaças, como matar a família inteira. "Aí ele falava por telefone, ele agredia, falava que ia matar", conta.

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