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sábado, 27 de abril de 2013


Julie Delpy: "Para ser essa mulher perfeita de Hollywood, teria que não cuidar do meu filho e não trabalhar"

O NOVO FILME DE JULIE DELPY, "2 DIAS EM NOVA YORK", ESTREIA ESTA SEMANA NO BRASIL (Foto: divulgação) (Foto: Getty Images)
O NOVO FILME DE JULIE DELPY,
"2 DIAS EM NOVA YORK",
ESTREIA ESTA SEMANA NO BRASIL
(FOTO: DIVULGAÇÃO) (FOTO: GETTY IMAGES)

Atriz de "Dois Dias em Nova York", que estreia nesta sexta (26), fala que Hollywood é uma “terra dos homens” e que a representação feminina no cinema ainda é algo idealizado. Veja a entrevista exclusiva

Um ou dois. É... digamos que uns dois caras já perderam o voo por minha causa.” Julie Delpy não quer se gabar, mas sorri da memória. É preciso lembrar que, há nove anos, Celine, personagem mais famosa da atriz francesa, deixou Jesse (Ethan Hawke) na dúvida entre pegar um voo de volta para os Estados Unidos ou assistir a ela dançar Nina Simone na sala de sua casa, em Paris. A cena está nos minutos finais de "Antes do Pôr-do-Sol" (2004) e, de lá pra cá, muita coisa mudou na vida de Delpy, que estreia nesta sexta-feira (26) no Brasil sua mais nova comédia romântica: "Dois Dias em Nova York".


Após ter sido musa de toda a geração que caiu de amores por ela quando assistiu pela primeira vez à história de Celine e Jesse em "Antes do Amanhecer" (1995), aos 43 anos, Delpy é uma experiente roteirista e diretora de cinema e confessa que, hoje,o único homem por quem ela própria poderia perder um voo se chama Leo, seu filho de 4 anos. Em conversa exclusiva com Marie Claire, a atriz fala que Hollywood é uma “terra dos homens” e que a representação feminina no cinema ainda é algo completamente idealizado.
Em "Dois Dias em Nova York", Delpy corre léguas de qualquer moldura da mulher arrasa-quarteirão. Além de ter escrito e dirigido a comédia, na história ela é Marion, uma francesa que vive em Nova York com seu namorado Mingus (Chris Rock) e cuja rotina tranquila toma ares quase apocalípticos quando sua família disfuncional vem de Paris fazer uma visita ao casal. Marion é a uma mulher por quem fica fácil se identificar (e se apegar): um pouco neurótica, um pouco mimada, um tanto romântica e, claro, ama seu pai e sua irmã com a mesma energia que tem para gritar com ambos na mesa de jantar. E é tudo isso sem salto, maquiagem ou tempo para fazer as unhas.
“Não apenas em Hollywood, mas mesmo em alguns falsos filmes indies feitos por aqui em Los Angeles, as mulheres são sempre representadas com o cabelo perfeito e fica claro que elas passam o dia inteiro na Academia. Isso não é real.Para ser essa mulher perfeita que vemos em Hollywood, eu teria que não cuidar do meu filho e não trabalhar. Teria que passar minha vida inteira cuidando de mim, enquanto na verdade mal tenho tempo de lavar meu cabelo”, declara Delpy, conhecida também por gostar de costurar suas próprias roupas.
AO LADO DE CHRIS ROCK EM "DOIS DIAS EM NOVA YORK" (Foto: divulgação)
AO LADO DE CHRIS ROCK EM "DOIS DIAS EM NOVA YORK"
(FOTO: DIVULGAÇÃO)
Morando há mais de 20 anos nos Estados Unidos - "mas seriamente pensando em voltar pra Europa" -, ela nunca trabalhou para um estúdio de Hollywood e costuma agora ser autora de suas próprias histórias: “Faço filmes porque é uma maneira linda de criar histórias e também porque não saberia o que mais fazer com minha vida. Entre essas histórias está a própria série "Antes do Amanhecer" (ainda que nem ela, nem Ethan Hawke, tenham sido creditados no roteiro), "Antes do Pôr-do-Sol" e, mais recentemente, "Antes da Meia Noite", filme exibido pela primeira vez no último mês de fevereiro, no festival de Sundance, e cuja estreia comercial está prevista para setembro deste ano. “Foi uma loucura escrever esse último filme com o Ethan e o Richard (Linklater, diretor do longa), porque o Leo era muito pequeno ainda e eu não tenho babá”, garante.

Sem poder adiantar muito da história entre Celine e Jesse nesse terceiro filme (ainda que saibamos que, desta vez, após passar por Viena e Paris, eles estão em algum lugar da Grécia), Delpy diz que é cedo para falar de uma continuação. Quando sugerimos que os dois poderiam se encontrar com o público novamente daqui a 10 anos no Brasil, Rio de Janeiro quem sabe, ela ri: “Acho que não é uma má ideia, podemos pensar sobre isso”.

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