Edição do dia 22/05/2015
Número de casos de agressões físicas também impressiona.
A maioria dos agressores são homens que vivem muito próximos.
Rosana Cerqueira
São PauloNúmero de casos de agressões físicas também impressiona.
Uma nova pesquisa mostra que 77% das mulheres já foram vítimas de assédio sexual e o número das que sofreram agressões físicas também é grande. Os homens agressores, geralmente, são parentes ou estão muitos próximos.
A mulher conquistou seu espaço na sociedade, mas ainda é vítima de várias formas de violência. Essa é uma das conclusões da pesquisa.
Quase todas as entrevistadas disseram que já deixaram de fazer alguma coisa no seu dia a dia com medo da violência. A grande maioria, sofreu algum tipo de agressão por ser mulher e quase a metade delas foi vítima de agressões físicas praticadas por homens.
Ao todo, 77% das entrevistadas afirmaram que foram vítimas de algum abuso físico sexual e 10% desses crimes ocorreram dentro de casa. As jovens foram abusadas por irmãos, pais ou parentes próximos.
Aos 12 anos, Gabriela Vallim, hoje com 20 anos, foi abusada sexualmente pelo padrasto. Ela conta que ficou psicologicamente abalada durante anos.
“Por muito tempo, eu fiquei sem usar saia, shorts, blusinhas porque eu achava que o problema estava comigo e eu tinha que me portar de modo que isso não acontecesse novamente. Eu tinha medo, então era muito complicado porque eu demorei muito tempo para entender que não era minha culpa, que, na verdade, eu era vítima de uma situação e que eu deveria ser livre, poderia usar a roupa que eu quisesse e que as pessoas que têm que aprender a lidar com os seus instintos porque nós não somos animais”, diz.
Para os organizadores do trabalho, a violência contra a mulher não está restrita à periferia, atinge todas as classes sociais. “Dentro de casa isso ainda está acontecendo muito. A gente tem uma criação desigual, uma criação machista e o caminho a ser percorrido é longo ainda”, explica Érica Teruel, responsável pela pesquisa.
DENÚNCIAS
O Ligue 180 foi criado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres para servir de canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país.
A ligação é gratuita e a principal porta de acesso aos serviços que integram a Rede Nacional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, sob amparo da Lei Maria da Penha, além de ser uma base de dados privilegiada para a formulação das políticas do Governo Federal nessa área.
Em março de 2014, o Ligue 180 transformou-se em Disque-Denúncia, com capacidade de envio de denúncias para a Segurança Pública, com cópia para o Ministério Público de cada estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário