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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Integrantes do Comitê Internacional fazem balanço da trajetória política da Marcha Mundial

Foto: Jéssika Martins.
Foto: Jéssika Martins.
Representantes de cinco países explicam por que a MMM se consolidou como um movimento incontornável
Um ditado muito comum entre as militantes dos movimentos de mulheres é que não existem ex-feministas, pois o fenômeno da emancipação feminina organizada é um processo contínuo e irreversível de transformação social. Na tarde desta terça-feira (27/8), segundo dia do 9 Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, representantes de cinco países relataram – a partir das suas respectivas realidades nacionais – como este ditado se concretiza no feminismo anti-capitalista e internacionalista da MMM.
Militantes do Brasil, França, Quebec, Portugal e Mali explicaram um pouco de como o local e global dialogam na construção do que denominamos ”feminismo 2.0”, quais desafios e contradições se colocam para esta luta e quais táticas nos orientam na superação dos mesmos e na consolidação do horizonte estratégico que viemos traçando e percorrendo ao longo dos anos.
Foto: Jéssika Martins.
Foto: Jéssika Martins.
Com foco na “paz e desmilitarização” – bandeira central para a MMM – os diferentes lugares de fala das intervenções mostraram como é possível aglutinar as demandas nacionais para pensar soluções globais, sobretudo a partir da identificação dos elementos (e seus derivados) que transversalizam, de maneira diferenciada, a realidade de cada país: o patriarcado e o mercado financeiro, por exemplo.
Intercâmbio, colaboração e solidariedade foram os ingredientes principais apontados pela companheira Emilia Castro (Quebec) para traduzir o método utilizado pela MMM para a articulação internacional das mulheres em luta. Intercâmbio para identificar as similaridades, solidariedade para compreender as especificidades, e colaboração para o fortalecimento da unidade que nos coloca como uma frente forte e coesa no cenário global. “Nos compreendemos pela realidade das outras”, sintetizou a essência do movimento internacionalista, concluindo que “estamos comprometida pela construção de um mundo melhor, um mundo de igualdade, liberdade, de justiça e paz”.
Um exemplo de como este tripé de princípios orienta a construção da MMM é a construção colaborativa de nossos materiais de formação e intervenção política, com destaque para a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade – um documento construído por mais de 150 países para a 2a ação internacional da Marcha, onde apresentamos nossos anseios e propostas de como a sociedade deve ser organizada.
Foto: Jéssika Martins.
Foto: Jéssika Martins.
Em seguida, Nana Aicha expôs um pouco de como a cultura da militarização vem dilacerado a vida das mulheres do Mali, direta e indiretamente. A integrante do comitê internacional ressaltou o quanto a década de 90, ápice do neo-imperialismo, provocou e lucrou com as guerras étnicas locais que, embora consideradas pela opinião dominante como “de baixa intensidade” causaram milhares de mortes, escravização e violência sexual contra as mulheres nos países afetados. Ela citou o genocídio de Ruanda e a guerra do golfo para ilustrar esta realidade e defendeu a centralidade do feminismo para a construção de uma cultura de paz.
“Nós, mulheres, temos um papel histórico na defesa dos direitos humanos”, afirmou e completou dizendo que “falar de paz é uma necessidade mundial e falar de feminismo é uma resposta essencial a esta necessidade”.
Outros temas relacionados à educação, juventude, democratização dos meios de comunicação e apropriação feminista das novas tecnologias da informação, apareceram como pautas entrelaçadas ao debate da desmilitarização e do combate à violência como mecanismos centrais na disputa do mundo que queremos.
A coordenadora internacional da MMM afirmou que para viabilizar, histórica e cotidianamente, as lutas da Marcha Mundial das Mulheres é preciso aperfeiçoar a todo o momento os nossos métodos de diálogo, as nossas práticas sociais para dentro e para fora do movimento. Autocrítica e fraternidade são centrais para dissolver o que separa as mulheres e evidenciar tudo que as une. A busca incessante pela coerência entre o discurso e a prática, é o que faz de nós – Mulheres em Marcha – protagonistas de uma revolução mundial.

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