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domingo, 25 de agosto de 2013

Adotar um filho

O pai tem um papel importante na adoção: ajuda a nova mãe a se sentir segura e o filho, a entrar para a família numa boa

Por Redação Pais & Filhos

"Vocês nasceram do coração da mamãe e não da barriga". Essa foi a explicação que Ricardo deu aos seus filhos adotivos, Mariana e Pedro Paulo, assim que eles tiveram condições de entender que não eram seus filhos biológicos. Na época, o casal foi aconselhado a não ter filhos devido a um tratamento contra câncer a que a mulher de Ricardo se submeteu. Depois de dar a notícia ao casal, o médico falou sobre adoção e lhes deu o contato de um juizado de menores de Curitiba que fazia um trabalho voluntário com mães solteiras sem condições de criar seus filhos. Nove meses depois, chegou Mariana, com um mês, e após dois anos, veio Pedro Paulo, ainda bebê. Tudo isso há algum tempo, quando pouco se falava em adoção...

“Num primeiro momento foi difícil tomar a decisão" lembra Ricardo. "Eu queria adotar, mas estava inseguro, com medo que não desse certo”. Mas bastou Mariana chegar que as dúvidas se dissiparam: “Eu peguei minha filha no colo e o medo sumiu na hora: senti que ela era minha filha e que tomamos a decisão certa", ele conta.

A notícia de que um casal não pode ter filhos assusta principalmente a mulher, que se sente culpada e frustrada por não poder exercer a maternidade, a gravidez e a amamentação. Mas a impossibilidade de gerar um bebê não significa que é impossível ser mãe. Na hora de decidir por adotar uma criança, o papel do pai é muito importante: cabe a ele assegurar à mulher que o filho adotado será amado e cuidado da mesma forma como seria se fosse biológico. É esta certeza recíproc a que o casal precisa, eque fortalece a decisão de adotar.

A psicóloga especialista em família e casal, Márcia Ferreira, diz que é muito comum num casal que não pode ter filhos o marido acabar cedendo à vontade da mulher de adotar, mesmo sem estar preparado para a decisão. “Um filho tem de ser pensado a dois" ela pensa."Quando um pai aceita adotar sem estar pronto, a relação do casal é prejudicada e ele provavelmente será um pai inseguro”. E aí, qualquer probleminha que surgir – porque problemas surgem mesmo, em qualquer família! – já abre espaço para “Tá vendo? Eu disse que não era a hora...”.

Por isso, também cabe ao pai perceber quando o desejo da mulher de adotar uma criança é real ou apenas uma forma de preencher um vazio que existe dentro dela. E lá vai o pai, mais uma vez, ajudar a mulher a não tomar decisões precipitadas, para que o filho possa ter mãe e pai em pleno exercício e bem tranquilos de que estão juntos nessa – e só assim o filho vai se sentir aceito na nova família. E quando os pais transmitem para os filhos essa segurança, tudo flui com mais tranquilidade.

Quer um exemplo? Certa vez, Mariana, filha de Ricardo, com apenas 7 anos de idade, quando estava na escola e participava de uma aula onde o tema era adoção, sem pestanejar levantou sua mão e disse, pra classe toda ouvir: “Eu sou adotada!”, com a maior naturalidade. De fato, para ela, isso era mesmo natural. E não há nenhum motivo pra ser diferente... Hoje Mariana e Pedro Paulo estão criados - ela com 20 anos e ele com 18. Os pais se separaram, mas, segundo Ricardo, a família nunca vai deixar de ser unida. Para ele, “pais que não podem ter filhos e não optam pela adoção estão perdendo uma grande felicidade. Meus filhos são a melhor coisa do mundo”.

Consultoria: Márcia Ferreira, filha de Abel e Mary Inês, psicóloga especialista em família e casal. Tel.: (11) 5182-3203, www.vidapsicologia.com.br . agradecimento: a ricardo khouri, que contou pra gente a linda história de como nasceu sua família.

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