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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Casamento blindado: saiba como evitar as atitudes que podem levar ao divórcio
Ouvimos de seis advogadas especialistas em divórcio os conselhos para proteger seu casamento dos vilões que podem atrapalhar a vida a dois
Por Michel Lott / Edição MdeMulher
A figura de um advogado de divórcio pode ser das mais amedrontadoras. A princípio, ninguém quer cruzar com um deles ao longo da vida. Mas verdade seja dita: quem melhor do que eles mesmos para revelar os motivos que costumam levar um casamento ao fim? Ou listar as atitudes mais nocivas para a relação amorosa? Para fazer esse levantamento, ouvimos seis advogadas que lidam com casos de divórcios todos os dias em seu escritório. Essas profissionais contam que atitudes aparentemente simples, como evitar falar mal do marido para os outros ou dizer ao marido (só que do jeito certo, sem explosões de raiva) quando você fica chateada com algo que ele fez ou falou, podem ampliar a longevidade do seu relacionamento. Com base na experiência dessas advogadas mais a ajuda de terapeutas habituados a atender casais em crise, elaboramos um plano de ação eficiente. Confira a seguir as medidas que podem evitar brigas e reparar danos causados pelos anos de convívio. São providências fáceis de aplicar no dia a dia, mas capazes de blindar qualquer casamento e manter as partes envolvidas bem longe dos tribunais.
Saia para se divertir com seu marido e acabe com o tédio
Para a advogada Patricia Gorisch, de Santos, no litoral paulista, o marasmo é a maior causa de divórcio entre os clientes do escritório. "A vida de alguns casais se torna enfadonha porque eles ficam tomados pelas obrigações do dia a dia e deixam de investir em momentos de diversão e alegria", diz Patricia. "Casamento não é apenas pagar contas, pensar no trabalho e educar os filhos." Uma forma de evitar que o convívio fique maçante e transforme a relação quase em um fardo é investir em atividades de lazer estimulantes para os dois. Uma opção é fazer programas parecidos com os que levaram você e seu parceiro a se apaixonarem. Vale um jantar romântico no meio da semana ou um café da manhã na cama no domingo, deixar os filhos na casa da avó e sair para dançar ou virar a noite vendo DVD na cama. O importante é abrir espaço para o prazer. "Surpreender o parceiro é essencial. A relação amorosa precisa de dedicação", ressalta Antonio Coppe, do Centro de Psicologia Humanista, em Belo Horizonte. Como o objetivo maior é deixar o clima em casa mais gostoso, Coppe acrescenta: "Reiterar o 'eu te amo' já é um ótimo começo".
Não acumule mágoas e diga o que a incomoda
Muitas mulheres guardam pequenas irritações com o parceiro como medida para evitar brigas. Aliás, é uma atitude feminina até comum fechar a cara e fazer bico quando o marido faz algo que lhe desagrada em vez de dizer que não gostou ou se magoou. Só que os homens não têm bola de cristal para saber o que passa na cabeça da gente e às vezes também falta sensibilidade para perceber que marcar futebol no dia do aniversário de casamento vai deixar a companheira ofendida. Saiba, porém, que nada disso denota falta de amor. Para preservar a relação, comece a dizer o que a incomoda. "Com o tempo, pequenas tristezas se somam e viram uma grande raiva", alerta Luciana Grandinetti, advogada da RS&T Advogados, em Belo Horizonte. "Já vi casos de separação por motivos aparentemente banais, como a mulher não aguentar mais lavar sempre a louça." É a famosa gota d¿água. A melhor forma de dar um toque sobre o que a deixa zangada é calmamente. Mas, se não for assim, não se martirize: mais vale falar do que calar. "E tem gente que só escuta quando o outro dá um ataque", diz o psiquiatra e psicanalista Luiz Cuschnir, especialista em questões de gênero, de São Paulo.
Não se iluda com a vida que a amiga solteira leva
Não é raro a gente criar expectativas altas demais sobre o casamento. O problema é que, assim, a frustração é inevitável. "Já vi muita história de mulher que abandona uma relação saudável, um marido atencioso e que a ama porque se sente decepcionada com a vida a dois e sonha com uma aventura", afirma Juliana Ribeiro Ugolini, sócia do escritório paulistano Ugolini Crescenzo Advogados Associados. Então, quando a vontade de jogar tudo para o alto só para cair na balada com as amigas bater forte, faça um balanço sensato pensando a longo prazo: o que a vida de solteira pode oferecer a mais de tão atraente em comparação ao que tem lhe dado a vida de casada? "Minha experiência mostra que bons maridos são companheiros de vida e nem sempre fazem o coração bater mais forte o tempo todo", diz Juliana. "Em relações longas, é normal que existam momentos em que a energia fique mais voltada para o trabalho, a família ou os amigos, mas isso não significa que a pessoa esteja gostando menos do companheiro", avisa o psicólogo Coppe. A boa notícia, segundo Juliana, é que casais que se separam porque um dos cônjuges se iludiu com a vida lá fora costumam reatar depois de um tempo de pausa.
Seja flexível e leve em conta os planos dos dois
Em geral, quando decidimos unir nossa vida à de alguém, desejamos futuros parecidos e conversamos animadamente sobre isso. Mas, com o passar do tempo, os planos de um ou de outro podem - e costumam - mudar. É preciso ter sabedoria e serenidade para entender que esse tipo de alteração na rota não é uma traição e faz parte de qualquer relação amorosa. "Já vi casamentos terminarem porque um dos parceiros queria morar fora do país e o outro não abria mão de ficar perto da família", conta Fernanda Resende Cavalcanti, professora de direito processual civil da Faculdade Metropolitana da Grande Recife, em Pernambuco. Em momentos de impasse, se a prioridade de ambos não é mais a mesma, esteja preparada para a possibilidade de até desistir de um sonho ou da estabilidade já conquistada se a decisão for mais benéfica para o casal a longo prazo. Detalhe: para evitar o ressentimento e cobranças futuras, as grandes decisões devem ser tomadas realmente a dois, em uma conversa transparente e clara, ainda que dura. "A questão às vezes não é ceder ou renunciar, mas exercer a tolerância e cooperar para o bem maior dos dois", completa Coppe.
Abra mão do seu egoísmo e aprenda a ouvir
A advogada Ivone Zeger, 56 anos, especialista em direito de família e sucessão, de São Paulo, acredita que a maior parte dos casais que a procuram decide se separar porque um não consegue ouvir e lidar com os problemas do outro. "Cada vez mais as pessoas consideram que elas são o único lado importante da relação. Só pensam nas próprias questões, mas reclamam de quanto são incompreendidas pelo parceiro", afirma. O resultado de tanto individualismo é que as pessoas estão se sentindo mais isoladas e solitárias dentro do casamento. Para restabelecer a comunicação perdida, primeiro é preciso entender a diferença entre diálogo e discussão. No diálogo, um diz ao outro como se sente. Na discussão, um acusa o outro de fazer coisas erradas. A dica seguinte é sempre se esforçar para se colocar no lugar do parceiro e procurar ver as questões também do ponto de vista dele. "Cada um tem a sua maneira de expor os problemas", lembra o psiquiatra Luiz Cuschnir. Se seu marido tem dificuldade de falar, proponha a ele escrever uma carta. Às vezes, apenas perceber sua intenção de resolver a questão já é suficiente para o parceiro dar a questão por encerrada.
Não fale mal do seu parceiro para os outros
Segundo a advogada Natália Imparato, sócia da Imparato e Reicher Advocacia, em São Paulo, muitas mulheres que chegam ao seu escritório para dar início ao processo de separação ou divórcio não estão seguras dessa decisão. Elas acabam optando por esse caminho estimuladas por terceiros porque passaram tempo demais reclamando dos defeitos do marido para eles. "É comum que amigos e familiares antipatizem com o companheiro da pessoa graças a ela mesma", explica Natália. "Na hora da raiva, sem notar, pintamos uma imagem do parceiro muito pior do que a realidade, e quem gosta da gente acaba tomando nosso partido na tentativa de nos proteger", completa a advogada. Por isso, pense duas vezes antes de sair por aí reclamando dos defeitos do seu marido. Se estiver se sentindo oprimida e precisar conversar sobre o assunto, escolha bem o seu ouvinte. É possível desabafar com um amigo ou um parente, sim, mas é preciso levar em consideração o grau de isenção da pessoa escolhida. "E é sempre importante lembrar que existem intimidades que dizem respeito apenas ao casal", recomenda o psicólogo Coppe. E também: desabafar é bem diferente de maldizer.
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