Encontro reúne, até esta sexta-feira, especialistas de 38 países Foto: Nilza Scotti/SPM
Tema está sendo debatido durante a 35ª Conferência Internacional do Uso do Tempo, realizada pela SPM e parceiros, no Rio de Janeiro
Os diferentes painéis realizados nos dois primeiros dias da 35ª Conferência Conferência Internacional ‘O valor do tempo: debatendo as desigualdades sociais’, quarta e quinta-feira (7 e 8/08), proporcionaram atualização dos estudos acadêmicos e estatísticos. Uma das pioneiras no estudo sobre o tema no Brasil, a socióloga e antropóloga Neuma Aguiar falou sobre a relação ‘uso do tempo e a divisão sexual do trabalho’.
Para Neuma Aguiar, são notáveis as mudanças nos padrões de trabalho remunerado e nas atividades de lazer e de cuidados, assim como no tempo dedicado aos afazeres doméstico. “Apesar disso, persiste a divisão sexual do trabalho”, alertou. De acordo com a pesquisadora, o tempo das mulheres é mais fragmentado, intercalado com outras atividades.
O pioneirismo nos estudos do uso do tempo, realizados a partir da segunda metade da década de 1950, pelo pesquisador húngaro Alexander Szalai, já falecido, foi destacado por Neuma Aguiar. Em conjunto com Julia Szalai, filha do precursor, a brasileira fez breve histórico do trabalho de Alexander. Elas consideraram que a obra contribuiu para o avanço desse tipo de pesquisas nos países socialistas, daquela época, e que, a partir da década de 1980, contribuiu para avanços na política social na Hungria.
Internacionalização dos debates - A conferência prossegue até essa sexta-feira (9) com debates envolvendo especialistas de 38 países da África, América, Ásia, Europa e Oceania. Os trabalhos foram abertos com mensagem em vídeo da ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR).
Na cerimônia de abertura, ocorrida na quarta-feira (07/08), a secretária-executiva da SPM, Lourdes Bandeira, fez saudação ao lado de representantes das organizações realizadoras do evento: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Organização Internacional do Trabalho (OIT) e ONU Mulheres. É uma promoção da Associação Internacional de Pesquisas de Uso do Tempo (International Association for Time Use Research – Iatur).
Gênero nos dados oficiais - O Comitê Técnico de Estudos de Gênero e Uso do Tempo foi criado, em 2008, como uma das ações previstas no II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM). Tem por objetivo estimular a incorporação da perspectiva de gênero na produção e análise das estatísticas oficiais e nos registros administrativos do país. Entre os principais resultados, está a incorporação do bloco temático sobre gênero na Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC), elaborada pelo IBGE desde 2009 e a pesquisa piloto sobre uso do tempo realizada pelo IBGE naquele ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário