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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Precisamos de movimento por direitos civis inter-racial

Entrevista concedida pelo especialista em estudos afroamericanos Henry Louis Gates Jr. ao jornalista Jorge Pontual, para o programa Milênio, da Globo News. O Milênio é um programa de entrevistas, que vai ao ar pelo canal de televisão por assinatura Globo News às 23h30 de segunda-feira, com repetições às 3h30, 11h30 e 17h30. 



Há 60 anos, em agosto de 1963, o reverendo Martin Luther King liderou a histórica marcha à Washington do movimento dos direitos civis. Diante do memorial ao presidente Lincoln, que cem anos antes libertara os escravos nos Estados Unidos, Martin Luther King fez o que muitos consideram um dos discursos de maior impacto do século 20. “Eu tenho um sonho” disse o líder dos negros americanos, que era o sonho da igualdade, da integração racial. Hoje o presidente do país é negro, a segregação racial perdeu legitimidade. As principais estrelas do entretenimento, do esporte, são negros. Muitos deles fazem parte da classe média. Ao mesmo tempo, persistem a pobreza e a falta de acesso à educação de qualidade para uma grande faixa da população negra. Para entender o que ainda impede que o sonho de Martin Luther King seja plenamente realizado, o Milênio foi à Universidade Harvard, onde o historiador Henry Louis Gates Jr. dirige o centro de estudos africanos. Intelectual renomado, Gates se especializou no estudo da diáspora africana no mundo, e por isso conhece bem a cultura negra do Brasil. Ele nos recebeu no centro W. E. B. DuBois, nome do fundador dos estudos afroamericanos nos Estados Unidos, onde há até uma sala dedicada ao rap e ao hip-hop.

Jorge Pontual — Vamos começar falando do instituto. Fale sobre o centro, o W. E. B. Du Bois. Os brasileiros não sabem que ele era.
Henry Louis Gates Jr — W. E. B. Du Bois foi o intelectual negro mais importante da História. O primeiro negro a conseguir um ph.D. em algum curso de Harvard, em 1895. Ele era acadêmico e ativista. Ele foi um dos fundadores da NAACP, sigla em inglês para a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, em 1909. Ele viveu de 1868 a 1963, então ele evoluiu apoliticamente, defendendo todo tipo de ideologia possível. Ele foi assimilacionista, depois virou socialista, depois defendeu o nacionalismo negro, depois foi comunista. Ele morreu sendo comunista e sempre foi pan-africanista. Ele trabalhou estreitamente com intelectuais negros na América Latina e na África. Organizou vários congressos pan-africanistas, em Londres, em Paris, em 1900, 1919, em Manchester em 1945. E foi convidado de volta a Gana por Kwame Nkrumah, o primeiro presidente do país, quando sua independência foi declarada em 1957. Ele voltou para editar a Grande Enciclopédia Africana, que era seu sonho, uma enciclopédia Britannica de negros. Ele tinha o sonho de fazer isso desde 1909. Em 1909, ele tentou, mas não conseguiu o dinheiro. De 1931 a 1945, ele tentou, mas não teve dinheiro. Até que Nkrumah o convidou. Ele morreu editando esse projeto de enciclopédia, que nunca foi publicado...

Jorge Pontual — Até você publicar.
Henry Louis Gates Jr — É, com Kwame Anthony Appiah, um amigo querido.

Jorge Pontual — Foi muito difícil reunir todo esse conhecimento, toda essa história da experiência afroamericana?
Henry Louis Gates Jr — Isso é interessante. Todos que tentaram antes de mim e de Appiah, junto com Wole Soyinka, meu professore de Cambridge que adora o Brasil e é muito conhecido no país. Ele ganhou um Nobel. Nos conhecemos em Cambridge. Appiah e eu éramos estudantes, e Soyinka, que estava em exílio da Nigéria, era meu professor. Foi por causa dele que consegui meu Ph.D. Em Literatura Inglesa. Mas acho que decidimos em outubro de 1973 que faríamos isso. Eu tinha 23 anos. Levamos 25 anos, mas o fizemos. O que percebemos foi que todos costumam tentar fazer como Samuel Johnson fez, no século 18, seu famoso dicionário de inglês: sendo gênio e escrevendo tudo sozinho. Isso é idiotice, não dá pra fazer isso. Eu tenho uma paixão por organização. E concluí que não dá para ter um homem ou uma mulher escrevendo mil tópicos, mas se pode ter 5 mil homens e mulheres escrevendo um tópico por vez, e foi isso que fizemos. Tínhamos centenas de acadêmicos escrevendo os tópicos. Montamos tudo em 18 meses, foi incrível. Levamos todos aqueles anos para conseguir dinheiro, US$ 2 milhões. A Microsoft nos deu um milhão de dólares, e Frank Pearl, que era editor e um grande amigo e que, infelizmente, morreu há pouco tempo, nos deu outro milhão de dólares, e nós publicamos. Foi um dos grandes triunfos da minha vida.

Jorge Pontual — Você também fez vários programas de TV sobre afroamericanos e também sobre os negros da América Latina. O senhor foi ao Brasil. Conte como foi conhecer a experiência africana no Brasil.
Henry Louis Gates Jr — Eu ouvi falar sobre raças no Brasil pela primeira vez quando era graduando em Yale. Eu estudei em Yale de 1969 a 1973. E nos ensinaram que o Brasil era um refúgio para relações inter-raciais, que havia uma coisa chamada de “democracia racial”. Todos tivemos que ler Casa-Grande & Senzala, de Gilberto Freyre, traduzido para o inglês. Era uma espécie de mito. Mais tarde, eu descobri que havia críticas a esse mito. Eu acompanhei avidamente a carreira de Abdias...

Jorge Pontual — Abdias do Nascimento.
Henry Louis Gates Jr — Nascimento. Nunca consigo acertar a pronúncia. E ele era um deus para mim. Um grande homem. Eu queria entrevistar Abdias do Nascimento e fui à casa dele. A esposa dele é maravilhosa, ela é americana. E foi como conhecer Nelson Mandela. Conheci Nelson Mandela com Soyinka pela primeira vez. Foi como conhecer Deus. Isso foi a versão brasileira do deus negro. Eu olhei em volta, e ele tinha uma estátua de Exu, o mensageiro dos deuses, e eu morri de inveja! Eu parecia um garotinho indo à casa de um amigo e vendo um brinquedo. Eu quase chorei, porque eu coleciono. Escrevi um livro chamado The Singnifying Monkey, no qual eu falo desse deus, da tradição iorubá. Esse orixá é pan-africano. Todos os deuses iorubá são. No candomblé, na santeria, no vodu haitiano, os deuses são todos os mesmos. Os mensageiros dos deuses na tradição grega é Hermes, que dá origem à ciência da interpretação, À arte da interpretação chamada “hermenêutica”. Eu escrevi um livro usando-o como exemplo, e coleciono imagens de diferentes culturas. A entrevista que fiz com ele [Abdias do Nascimento] durou por volta de uma hora e meia e foi a última grande entrevista que ele fez antes de morrer. Eu queria ir ao Brasil porque americanos e até afro-americanos, principalmente, são condicionados a entender raças de forma binária. Em termos de duas raças. Ou você é branco ou é negro. Para muita gente, é difícil até entender asiáticos e latinos, porque, até os anos 1950, se alguém falasse em “raça”, queria dizer “brancos” ou “negros”. Mas, quando li sobre o Brasil, havia o quê? Umas 134 categorias de negros, de raças. Parecia que as raças tinham tomado anabolizantes. Eu queria tentar entender isso, pois todas as categorias de raças são construídas socialmente. E eu queria tentar entender a mentalidade que podia olhar para você, para mim e para mais de 100 milhões de pessoas no Brasil e ver 134 variações de brancura, negritude e morenice quando nós só vemos duas cores. Então eu fui com muita humildade, de olhos bem abertos, e adorei. É claro que, quando fomos filmar, em 2010, o Brasil tinha acabado de pôr em prática o programa de ação afirmativa mais radical do mundo, que eu saiba. Certamente, do Novo Mundo. Eu não achei que fosse durar, mas queria ver como estava funcionando. Queria ver o que as pessoas pensavam a respeito.... Se eu planejo fazer um filme sobre um país, eu não o visito antes das filmagens, para que tudo seja novidade. Fomos para o carnaval da Bahia. Eu ia ficar alguns dias e depois voltaria, ainda no verão, para ficar algumas semanas. Eu queria filmar na Bahia, é claro. Queria ir à casa de Freyre. Essa é a única cidade do mundo com um aeroporto nomeado em homenagem a um intelectual. Provavelmente. E, depois, eu queria ir a Minas Gerais, filmar a história de Xica da Silva. Foi fantástico, eu sinto que deixei parte do meu coração no Brasil.

Jorge Pontual — O senhor mencionou a ação afirmativa e foi da primeira geração beneficiada por ação afirmativa, certo? Entrou em uma grande universidade. Qual foi a importância disso para a sua geração e como isso se desenvolveu com o tempo?
Henry Louis Gates Jr — Foi há 40 anos. O princípio afetou o movimento dos direitos civis. Foi a criação de uma classe alta de negros. Desde o dia terrível de 1968 em que Martin Luther King foi brutalmente assassinado, a classe alta negra quadruplicou. E a classe média negra cresceu enormemente. Mas eis o paradoxo: a porcentagem de crianças negras vivendo abaixo ou na linha de pobreza é quase a mesma de quando Luther King morreu. Ou seja, dentro da raça, como dizemos metaforicamente, dentro do grupo afroamericano, há uma divisão de classe profunda, que foi alimentada pela ação afirmativa. Eu estudei em Yale. A turma que se formou em 1966 tinha seis negros. A turma que entrou comigo em setembro de 1969 tinha 96 negros. Isso é ação afirmativa. Ocorreu uma mutação genética e, de repente, havia 90 alunos negros inteligentes em 1969 a mais que em 1966? Não. Havia cotas raciais para os negros que podiam entrar nessas faculdades. O que a ação afirmativa fez, pelo menos na minha geração, foi acabar com essas cotas e nos deixar competir com os brancos. Foi o que fizemos.

Jorge Pontual — O senhor disse que a ação afirmativa alimentou essa divisão enorme na comunidade negra.
Henry Louis Gates Jr — Isso. Não estou dizendo que isso é bom.

Jorge Pontual — A classe baixa negra não se beneficia da ação...
Henry Louis Gates Jr — Não. A classe baixa negra permaneceu inalterada por vários motivos. A forma tradicional de mudar de classe econômica nos EUA era trabalhando em fábricas nas cidades. Assim que a ação afirmativa começou, no fim dos anos 60 e início dos 70, esse empregos sumiram. Eles mudaram para o sul da fronteira, e agora já estão na China, no terceiro mundo. O elevador entre classes normal, digamos assim, sumiu. O sistema de encarceramento, por causa das leis de drogas e de reincidência. “Três moles, dançou”, como eles dizem. Isso teve um efeito desproporcional em homens negros. Muitos dos homens negros que estariam na classe operária estão na cadeia ou na penitenciária. E eles vão ficar lá para sempre, a vida dele está arruinada, por causa dessas leis horríveis de drogas. Foi uma combinação de fatores. A economia também mudou drasticamente, nos anos 1970, com a crise do petróleo e todas as suas implicações e consequências. A economia mundial, globalizada, foi fundamentalmente alterada, de forma que a estrutura em que os pais daqueles estudantes dos anos 1960 que foram para Yale e subiram de classe econômica sumiram completamente. Então, agora, se você nasce na classe mais alta, seus filhos estarão na classe mais alta. Se está na classe média, seus filhos também estarão. Infelizmente, se você está na classe baixa, seus filhos provavelmente estarão também, a menos que o governo intervenha de forma drástica, a menos que tenhamos o equivalente ao Plano Marshall nas cidades como tivemos depois da II Guerra Mundial. Mas não acho que isso esteja perto de acontecer.

Jorge Pontual — O senhor falou de um Plano Marshall, uma intervenção governamental que se incumbisse do problema. Mas isso obviamente não vai acontecer, certo? O que pode acontecer para mudar essa situação?
Henry Louis Gates Jr — Eu acho que precisamos de um movimento por direitos civis que seja inter-racial. Entre nós mesmos. Temos uma tendência frequente, entre afroamericanos, a esperar o homem branco surgir no horizonte, em seu cavalo branco para nos salvar. “Onde está nosso Abraham Lincoln?” Ou procuramos líderes proféticos e carismáticos, como Martin Luther King. Quando outro vai surgir? Dever ser um a cada mil anos.

Jorge Pontual — E Barack Obama?
Henry Louis Gates Jr — Ele é um ótimo homem, mas é o presidente dos EUA, não é o presidente dos negros. E ele não se vê assim. Então precisamos procurar outro líder dentro da raça. O que precisamos... As causas da pobreza são estruturais e comportamentais. São individuais e coletivas. Se devem à sociedade e à vontade própria. Precisamos de um movimento que se concentre no papel da vontade própria. Não que isso vá ser suficiente, mas é absolutamente necessário. Quando eu era jovem, a coisa mais negra que se podia ser era alguém instruído. Não era ser um artista ou atleta. Hoje, a coisa mais negra que se pode ser é um artista ou um atleta. Meu pai, que Deus o abençoe, morreu em 2010. Ele viveu até os 97 anos, e gostava de dizer: “Se nosso povo estudasse cálculo como treina basquete, nós dominaríamos o MIT.” E ele estava certo. Ninguém obriga uma adolescente a engravidar. Ninguém obriga uma criança a não aprender o alfabeto. Isso vem do ambiente. Precisamos de recompensas de longo prazo. Quando meu irmão e eu éramos novos, meu pai tinha dois empregos. Ele trabalhava numa fábrica e era zelador. Minha mãe nos ensinou que éramos especiais, e nós sabíamos que seríamos bem-sucedidos. Não havia dúvidas de que iríamos para uma universidade. Então, estudar e começar pelo alfabeto tem que ser a coisa mais importante que uma pessoa negra faz. Jogar basquete, não. Escrever uma letra de hip-hop, não. Se a letra de hip-hop o ajuda a aprender literatura, ótima. Só estou dizendo que, durante os últimos 50 anos, dois grandes segmentos do nosso povo perderam a paixão e o comprometimento com a educação. Não estávamos esperando pessoas brancas nos salvarem. Estávamos salvando a nós mesmos. Isso começa pela educação e pela recompensa de longo prazo. 70% de todas as crianças negras nascem fora do casamento. Isso é ridículo! Se sua mãe tem 16 anos e é analfabeta funcional quando você nasce, você provavelmente vai ser analfabeto funcional e vai ter um filho fora do casamento também. É assim que funciona. A previsão mais confiável da sua condição econômica é a condição econômica dos seus pais.

Jorge Pontual — Uma coisa que vi nos seus livros foi que o senhor temia, assim como todos os negros nos EUA, a possibilidade de ser preso sem motivo, apenas por ser negro. E isso aconteceu com você em 2009.
Henry Louis Gates Jr — Aconteceu. É chamado de “dirigir negro”. Se você tem um carro legal, e a polícia o para...

Jorge Pontual — No seu caso, “em casa sendo negro”.
Henry Louis Gates Jr — Exatamente.

Jorge Pontual — Foi preso na sua própria casa.
Henry Louis Gates Jr — Foi engraçado... Acabei de receber um e-mail do policial, enquanto você preparava a câmera. A mãe do policial, o sargento James Crowley, teve um derrame. Eu soube e mandei um e-mail. A mulher dele me respondeu, dizendo que mostrou a mensagem ao pai dele. Das mensagens que ele recebeu, disse que foi a mais significativa. Ele tinha tido um dia ruim, estava assustado. Éramos dois homens. Em uma combinação estranha de circunstâncias. Eu tinha acabado de voltar da China, onde eu estava filmando a história dos ancestrais do grande violoncelistas Yo-Yo Ma. Alguém tinha tentado invadir a minha casa, a fechadura da porta estava quebrada. Meu motorista é grande, é do Marrocos, e seu nome é Idris. Eu lhe disse para arrombar a porta. Nessa hora, uma mulher branca estava passando. Ela viu dois homens negros e ligou para a polícia. Eu tinha três malas. Eu as abri e o motorista foi embora. Quando os policiais chegaram, tinha a denúncia de que havia dois homens negros, me viram, viram as malas... bem, o modus operandi de ladrões é levar as malas, então ele juntou dois mais dois. Ele tinha certeza de que eu poderia ser perigoso.

Jorge Pontual — Como conciliar o fato de a cultura americana ser negra com a persistência do racismo e da discriminação de que falamos?
Henry Louis Gates Jr — Uma coisa é cantar, murmurar, dançar ou fazer amor ao som de uma música feita por um negro, outra coisa é aceitá-lo como seu igual socialmente. Eu diria o mesmo sobre o Brasil. O rosto da cultura popular no Brasil é negro há muito tempo, mas, se você estiver em uma banca de jornais no Brasil, vai achar que está na Suíça. Ao observar as capas das revistas, das revistas de moda, quase não vemos morenas, e vemos menos ainda pessoas de aparência africana. Isso é um problema muito real. Vou lhe contar uma diferença curiosa entre o Brasil e os EUA. Eu estava lendo uma pesquisa sobre resultados de mistura racial, resultados de DNA. E o título dizia que o DNA brasileiro é, em média, 77% branco. Nos EUA, ele diria que a média americana é 23% negra. Como todo brasileiro sabe, entre 1884 e 1939, o Brasil importou 3,4 milhões de europeus e 189 mil japoneses para clarear o país, porque achavam que o país era negro demais. Quando dou palestras sobre negros na América Latina, como dou para públicos do mundo inteiro, o que mais choca é a diferença entre o Brasil e os EUA. Em toda a história do comércio de escravos, 12,5 milhões de africanos foram levados para o Novo Mundo. 15% deles morreram no caminho. Então 11 milhões saltaram dos navios. Quantos vieram para os EUA? 388 mil. Quantos foram para o Brasil? 5 milhões de negros. A maior parte, de Angola. Uma porcentagem esmagadora foi para o Brasil. O país é a segunda maior nação de negros do mundo, mas não assume sua negritude desde, pelo menos, 1884, quando foi criada a política de branqueamento. E agora espero ver, com a ação afirmativa, a integração das classes média e alta do Brasil, como vimos nos últimos 50 anos nos EUA, mas espero que isso seja um elevador de classes, como era inicialmente, para a minha geração. Alguém apertou um botão no elevador de classes nos EUA e disse: “Chega de negros na classe média.” Agora, a ação afirmativa perpetua o status da classe média alta. Ela não desloca uma pessoa do proletariado mais baixo para a classe trabalhadora, para a classe média. E é disso que precisamos.

Revista Consultor Jurídico

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