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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

E se a cachaça fosse banida dos bares?

Foto: Maíra Kubík Mano
Foto: Maíra Kubík Mano

Na terça-feira (30/07), diversas discotecas e bares de Londres anunciaram que iriam banir a vodka de seu cardápio. O motivo? Criticar as leis russas contra homossexuais, assim como a repressão de Moscou, ano após ano, às manifestações pelos direitos LGBT*.
E o boicote não se restringe à cidade inglesa: em várias partes do mundo a reação tem sido semelhante e a preocupação começa a atingir os produtores da bebida. O representante da vodka Stolichnaya, por exemplo, declarou que “condena os atos terríveis do governo russo”.
“Enquanto os outros países avançam nos direitos homossexuais, a Rússia recua”, declarou Jeremy Joseph, fundador e diretor do grupo de casas noturnas inglesas G-A-Y.
Pois bem, se formos seguir o critério acima, a cachaça brasileira pode ser a próxima a entrar na lista de bebida non grata. Motivos não faltam. Podemos pensar, por exemplo, na ideia de banir as famílias gays da publicidade, que corre o risco de, em breve, se tornar lei. Ou no processo que o pastor Silas Malafaia move contra Toni Reis,  ex-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais, por ter achado ruim alguém afirmar o óbvio: que ele tinha posições homofóbicas. Ou ainda que a proposta de “cura gay” morreu e foi ressuscitada. E, claro, como esquecer que o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) segue presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal, um espaço que deveria por princípio abrigar a diversidade e a tolerância?
Ainda bem que tivemos o dia de ontem. Um alento entre tantas notícias desanimadoras! Quando a presidenta Dilma Rousseff sancionou a lei de atendimento às vítimas de violência sexual pudemos, finalmente, respirar um pouco.
É verdade que foi preciso uma boa dose de pressão dos movimentos e organizações de mulheres e uma posição firme da ministra Eleonora  Menicucci (SPM) para que as demandas da sociedade brasileira fossem ouvidas. Isso não estava garantido. Do outro lado da corda, Malafaia, Feliciano e cia. queriam impedir que aquelas que fossem vítimas de estupro tivessem direito à pílula do dia seguinte para evitar uma futura gravidez. Mas não passaram. E não passarão.
Espero que a disputa em torno desse projeto de lei sirva de exemplo para mostrar que sim, é possível lutarmos por um Estado laico, que não coloca a saúde das pessoas acima de dogmas religiosos e crenças de um ou outro grupo.

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