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sábado, 17 de agosto de 2013

TV Serpro faz debate sobre mulheres e tecnologia da informação


16/08 – TV Serpro faz debate sobre mulheres e tecnologia da informação
Especialistas abordam desafios para a igualdade de gênero na área de TI Foto: Raquel Lasalvia/SPM
Debate sobre TI, mercado de trabalho e relações de gênero é abordado no Programa Dialógico. Empresa é uma das participantes do programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, que segue com inscrições abertas até 30 de agosto 
 
Visite o portal www.tv.serpro.gov.br
 
“Mulheres na TI: ainda existe preconceito?”. Este é o tema do Programa Dialógico, da TV Serpro disponível na internet, sobre a profissão de tecnologia de informação e comunicação e as relações de gênero. São pontos em evidência: distinção de condições de trabalho, benefícios, rendimentos e tratamento no mercado de TI, o que demonstra a ausência de equidade entre mulheres e homens neste ramo.
 
O quadro foi traçado pela coordenadora-geral de Autonomia Econômica das Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), Gláucia Fraccaro; pela conselheira da ONG Mulheres na Tecnologia, Danielle Gomes; e pela pesquisadora da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (UFBa) Mônica Paz.
 
“Do ponto de vista do mercado de trabalho, nós averiguamos uma desigualdade em termos de salário e de cargos de direção em empresas do ramo, o que também é reflexo da configuração do mercado de trabalho como um todo”, afirma Gláucia Fraccaro. 
 
De acordo com Danielle Gomes, da ONG Mulheres na TI, em cargos como analista de sistemas, a mulher ganha em média R$ 2,7 mil, enquanto o homem recebe R$ 3,3 mil, como revelam dados da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Ela alerta que, nesta mesma função, a qual requer a mesma formação, o rendimento salarial das mulheres pode chegar até R$ 10 mil, enquanto o dos homens chega até R$ 19 mil. 
 
A ativista denunciou a discriminação velada, da qual as mulheres são vítimas, e a naturalização de discurso conivente com a situação de disparidade nas relações de trabalho. “Existe uma gentileza que se mostra em algumas ocasiões, palavras ou piadas, que não se mostram agressivas, mas que expõem um entendimento de que se está em um ambiente masculino e que as mulheres estão invadindo este espaço”, descreve.
 
Desigualdade de oportunidades - A concentração de mulheres em áreas de menor prestígio e remuneração foram outros pontos da discussão. Danielle Gomes relata que, no mercado de TI, as mulheres em cargos de destaque estão voltadas principalmente para funções de organização, de áreas testes, como design. Já os homens ocupam funções e cargos de destaque em áreas como Programação, a qual é consideram mais relevante no mercado. Isso reforça um entendimento de que existem atividades que devem ser desempenhadas para mulheres e outras por homens. 
 
A pesquisadora Mônica Paz, por sua vez, diz que algumas empresas se utilizam desta divisão de funções para atrair mais mulheres para suas equipes, criando mitos e cobranças sobre o papel que a mulher deve assumir na empresa. “Se a mulher não se adequar a esta cultura organizacional, ela certamente pode ser discriminada dentro da equipe”, pontua. 
 
Divisão sexual do trabalho - Gláucia explica que se atribuem papéis determinados às mulheres e aos homens nas relações de trabalho, o que cria uma espécie de tipificação de funções masculinas ou femininas, conformando a divisão sexual do trabalho. Ela diz que estes papéis oprimem da mesma forma mulheres e homens. 
 
Em sua intervenção, ela registra a cadeia de desigualdades que se estabelece por meio de funções ligadas ao “cuidado” e à “organização”, tidas tipicamente como femininas. São as menos remuneradas, ao passo que tarefas ligadas à tecnologia e à ciência dura, vistas como masculinas, recebem maiores rendimentos. “Para as mulheres, esta opressão acaba significando perdas materiais, de direitos e benefícios”, conclui. 
 
Novas práticas - Em termos de políticas públicas, Gláucia pondera que a SPM tem atuado no sentido de criar relações mais igualitárias no ambiente de trabalho, a partir de políticas específicas. Dentre elas, cita o Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça, do governo federal coordenado pela SPM, que reconhece organizações públicas e privadas que desenvolvem práticas de igualdade entre homens e mulheres no mundo do trabalho, ressignificando a cultura organizacional. 
 
“Buscamos destacar, com o selo Pró-equidade de Gênero e Raça, experiências positivas de empresas que se preocupam com a desigualdade de gênero no mundo do trabalho. Nesse sentido, já envolvemos mais de 80 empresas no País que realizam estas boas práticas de equidade”, explica Gláucia sobre a iniciativa, que é integrada pelo Serpro.
 
Na execução do programa, desde 2005, a coordenação de Autonomia Econômica da SPM diagnostica um cenário de conquistas e gargalos. Segundo Fraccaro, houve a inserção de mais mulheres do que homens no mercado de trabalho formal. Entretanto, as mulheres passaram a enfrentar entraves para a igualdade de salários. “As mulheres recebem, em média, 70% do salário dos homens e ainda são poucas as mulheres em cargos de direção de empresas”, considera a coordenadora.
 
O Programa Dialógico vai ao ar, mensalmente, às 15h30, na TV Serpro. A gravação ocorreu na última terça-feira (13/08), em Brasília.
 
Inscrições – O Pró-Equidade de Gênero em Raça está em sua quinta edição e com inscrições abertas até 30 de agosto. Podem participar empresas e instituições privadas e públicas – que tenham ações ou estejam interessadas em enfrentar discriminações no trabalho. Inscrições pelo e-mail proequidade@spm.gov.br
 
Coordenado pela SPM, o programa tem o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero o Empoderamento das Mulheres e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

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