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sábado, 17 de agosto de 2013

América Latina aumenta produção de estudos sobre uso do tempo


16/08 – América Latina aumenta produção de estudos sobre uso do tempo
Conferência registrou 183 estudos, 65% elaborados na América Latina Foto: Nilza Scotti/SPM
Balanço da 35ª Conferência Internacional ‘O valor do tempo: debatendo as desigualdades sociais’ revela liderança regional em pesquisas temáticas. Organizado pela SPM, IBGE, IPEA, OIT e ONU Mulheres, evento reuniu pesquisadoras e pesquisadores de 38 países 
 
Pela primeira vez, a América Latina alcançou a maior fatia da produção de estudos sobre uso do tempo em conferência internacional temática, com 65% dos trabalhos inscritos. Das 183 produções apresentadas, 119 foram de autoria latino-americana – 11 países, incluindo o Brasil – e cinco por especialistas da África. A América do Norte contou com nove pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá. Da Europa, estiveram 13 países com 35 pessoas. A Oceania marcou presença com um representante da Austrália. E a Ásia computou 13 especialistas, oriundos de seis países.
 
Esse é o balanço da 35ª Conferência Internacional ‘O valor do tempo: debatendo as desigualdades sociais’, realizada de 7 a 9 de agosto, no Rio de Janeiro. O encontro foi organizado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pela ONU Mulheres – Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres.
 
Para a secretária-executiva da SPM, Lourdes Bandeira, os estudos sobre do uso do tempo ajudam na identificação das desigualdades referentes aos afazeres domésticos, aos trabalhos paralelos e ao conjunto de outras atividades pouco visíveis.  “Essas pesquisas podem também viabilizar a valoração monetária do trabalho doméstico não-remunerado, evidenciando sua contribuição para a reprodução social e o desenvolvimento do país”, disse.
 
Contexto brasileiro - A socióloga Neuma Aguiar, uma das pioneiras no estudo do uso do tempo no Brasil, destacou que são poucas as pesquisas abordando o tema no país. Em 2001, em Belo Horizonte (MG), ela mediu a rotina dos moradores da capital mineira, distribuindo cadernos e relógios para 500 famílias. “O que constatamos é que os homens possuem momentos de lazer continuado, enquanto que o das mulheres é picado, intercalado com outras atividades”. 
 
Neuma Aguiar citou o levantamento piloto do IBGE, realizado nos estados do Pará, São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, em 2012. Há a revelação de que as mulheres gastam o triplo do tempo que os homens com afazeres domésticos e cuidados pessoais com a família. 
 
Outro fato inédito da conferência é o envolvimento significativo de órgãos governamentais, o que possibilitou maior interação entre as pesquisas realizadas em universidades e as políticas públicas. “Isso mostra o interesse do governo brasileiro sobre o tema. E essa interação é fundamental para que possamos promover a igualdade no uso tempo pelas mulheres e homens nas atividades não remuneradas de cuidados e afazeres domésticos”, considerou a secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres da SPM, Tatau Godinho. 
 
Ela classificou como ganho da conferência o anúncio feito pela presidenta do IBGE, Wasmália Bivar, sobre a inclusão de perguntas sobre o uso do tempo na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) contínua. Tatau apontou como positivo para a formulação de políticas e enfrentamento da divisão sexual do trabalho.
 
Confira aqui o resumo de trabalhos apresentados durante a conferência deste ano. 

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